São muitos os artistas e bandas em dúvida sobre qual é o momento certo para lançar material autoral. A história do Chromeskull oferece a melhor resposta possível para essa dúvida.
Formada em 2017 pelo guitarrista Carlo Leonello, a banda paulistana começou sua trajetória em uma sonoridade mais inclinada ao heavy metal, mas com um resultado que pode ser resumido em bom português como… ruim. O EP “Deads Shall Rise”, disponibilizado em 2019, mostra perfeitamente que aquele não era o momento para se jogar para o mundo.
Uma série de mudanças de formação levou Leonello a ser o único remanescente da configuração original. Aquiles Jeronimo (voz), Leonardo Gonçalves (também guitarra) e Lucas Soares (baixo) chegaram com o passar do tempo e mesmo sem um baterista anunciado, o grupo disponibilizou singles até chegar em “Screaming to the World”, seu primeiro álbum.
Felizmente, agora soa como o momento ideal. O recado é passado em alto e bom som ao longo do sucinto material de sete músicas (a primeira faixa é apenas uma breve intro) e menos de 30 minutos de duração. Ainda que não tente qualquer inovação, o quarteto apresenta um hard n’ heavy consistente, com um pé no sleaze de nomes como Crashdïet e pitadas às vezes discretas, às vezes não de speed/power metal.
O resultado é uma sequência de canções que, se não surpreendem, envolvem. O início é tímido com “Night Witch” (nesta, com o freio de mão quase puxado) e “Drive Me Insane”, mas a audição evolui por conta de faixas como “Fast ‘n Wild” e sua veia tipicamente Mötley Crüe, “Love is for Fools” com sua abordagem ligeiramente contemporânea de produção e “Dog Soldiers”, trazendo um misto de sensações que vai da bateção de cabeça nos versos ao forte grude no refrão.
Aliás, a capacidade de criar melodias fortes é talvez o grande predicado do Chromeskull. As canções são facilmente cantaroláveis – e tal conquista é obtida sem abdicar do peso. Como cereja do bolo, está a voz característica e tipicamente sleazy de Jeronimo, ajudando a atenuar a sensação de “já ouvi isso antes” que surge vez ou outra no instrumental.
“Screaming to the World” é um bom começo – ou recomeço? – para uma banda que pode ser submetida a uma curva ainda mais ascendente de crescimento caso se desafie a lapidar uma identidade própria. Considerada a evolução dos últimos quatro anos, quem sabe como o Chromeksull pode estar soando em 2027?
Ouça “Screaming to the World” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.
Chromeskull – “Screaming to the World”
- Now and Forever (intro)
- Night Witch
- Drive me Insane
- Fast ‘N Wild
- Love is for Fools
- Another Day to Fight
- Dog Soldiers
- Screaming to the World
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