Prosperar em um ambiente caótico é uma tarefa difícil que Robert Trujillo parece tirar de letra. Antes de se juntar ao Metallica em 2003, durante a pior crise interna do grupo, o baixista integrou por sete anos a banda de Ozzy Osbourne, onde lidava diariamente com a personalidade instável do Madman.
Em entrevista à Metal Hammer, Trujillo refletiu sobre a rotina de trabalho com Osbourne, que apresentava um comportamento inconstante.
“Compus algumas músicas com o Ozzy que eram bem legais, mas nunca se sabe. Um dia ele gosta da música, no próximo ele não gosta e não se lembra que gostou, aí seis meses depois ele ama e diz: ‘por que não me mostrou essa música antes?’. Você está sempre pensando com qual Ozzy vai lidar quando apresentar suas ideias. Mas foi uma experiência maravilhosa.”
No início da década de 1990, quando o Infectious Grooves — projeto paralelo de Mike Muir (Suicidal Tendencies) trazendo o próprio Trujillo — gravava seu primeiro álbum, Ozzy fazia constantes visitas aos músicos no estúdio que dividiam em Los Angeles. De acordo com o baixista, o cantor interrompeu o processo de mixagem para zoar com a banda.
“Fomos basicamente colegas de quarto ou de estúdio por um tempo. Ozzy corria pelo corredor, completamente fora de si, fazendo um monte de coisas naquela época – não posso te dizer o que, mas praticamente qualquer coisa. Ele entrou no estúdio uma noite e surpreendeu a todos enquanto estávamos no meio de uma mixagem. Ele não ia embora. Ele entrava e dizia: ‘deixa ouvir a música, é isso que eu quero tocar’. E nós dançávamos e fazíamos todas essas coisas malucas e ele dizia: ‘tem cerveja?’. Não. ‘Tem vinho?’. Não. ‘Tem comprimidos?’. Não. ‘Tem cocaína?’. Não, Ozzy! ‘Vocês são chatos!’.”
Robert Trujillo e Ozzy Osbourne
Robert Trujillo integrou a banda de Ozzy Osbourne de 1996 a 2003. Durante esse período, tocou no álbum “Down to Earth” (2001).
Em 2002, o músico participou dos relançamentos de “Blizzard of Ozz” (1980) e “Diary of a Madman” (1981), em que as linhas de baixo e bateria foram regravadas por conta de conflitos de direitos autorais com os músicos responsáveis pela versão original. Trujillo e Osborne voltaram a colaborar em 2022, no álbum “Patient Number 9”.
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