Terceira faixa do álbum “Power Windows”, álbum lançado pelo Rush em 1985, “Manhattan Project” carrega o título do projeto que deu origem à bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial. A letra, escrita pelo baterista Neil Peart, é dividida em quatro etapas. São elas:
- Uma época, durante a era da Segunda Guerra Mundial;
- Um homem, representando J. Robert Oppenheimer e outros cientistas ao redor do mundo que estavam envolvidos na pesquisa de armas nucleares;
- Um lugar, a instalação de Los Alamos, no Novo México, onde os cientistas americanos realizaram seu trabalho;
- Um homem, Paul Tibbets, piloto do bombardeiro Enola Gay que lançou a bomba atômica sobre Hiroshima.
O segundo ponto foi o que despertou maior cuidado. Ao referenciar “o pai da bomba atômica”, Peart tinha uma ideia bem definida de como a interpretação do vocalista e baixista Geddy Lee devia ser. Ele contou ao jornalista Bruce Pollock, conforme resgatado pelo site Far Out Magazine:
“Eu queria que a entrega fosse como uma pontuação. O refrão tinha que ser mais apaixonado e mais ritmicamente ativo. Foi difícil expressar exatamente como eu imaginava. A primeira vez que trabalhamos na música o fraseado ficou muito lento e tive que protestar. Eram duas linhas curtas, depois uma linha longa, duas linhas curtas e depois uma linha longa. Havia rimas e relações internas entre as palavras e dentro da entrega que precisavam permanecer intactas para que fizessem algum sentido. Foi feito com tanto cuidado que não poderia ser entregue de maneira antiga.”
Outro obstáculo estava nos recursos tecnológicos. Embora em pleno avanço, eles ainda eram limitados para o resultado buscado, especialmente ao vivo. Disse Geddy Lee à revista Guitar Player em 1986:
“O sample não é perfeito o suficiente para que você possa torná-lo completamente realista – você ainda não consegue sentir, porque a gravação digital de um som dá a cada nota praticamente o mesmo valor, o que você nunca faz quando está tocando um lick. Em ‘Manhattan Project’, Andy Richards tocou uma espécie de linha de baixo sem trastes em um teclado sintetizador Roland JP-8. Parecia ótimo, então, para fazer ao vivo, sampleamos o som do JP-8 em meus emuladores.
Então funcionou, mas não funcionou ao mesmo tempo. Eu uso ao vivo e soa bem, mas cada slide tem exatamente o mesmo valor, o que você nunca iria querer. Quando você toca uma parte sem trastes, desliza por algumas notas e passa por outras em um ritmo diferente. Você realmente não pode fazer isso com um som armazenado, a menos que tenha uma situação de amostragem complexa em cada nota de maneira diferente. Então, tem suas desvantagens, felizmente para nós baixistas.”
Sobre J. Robert Oppenheimer
Julius Robert Oppenheimer foi um físico teórico americano. Ele foi o diretor do Laboratório Nacional de Los Alamos durante a Segunda Guerra Mundial. Comandou o empreendimento de pesquisa e desenvolvimento que criou as primeiras armas nucleares. Morreu em 18 de fevereiro de 1967, aos 62 anos, de câncer na garganta.
Rush e “Power Windows”
Décimo primeiro trabalho de inéditas do Rush, “Power Windows” trazia o Rush aprofundando as experiências com sintetizadores, samplers e bateria eletrônica. Marcou o início da parceria com o produtor Peter Collins, que seguiria com a banda pela próxima década.
As letras versam sobre manifestações de poder através da economia, política, planos de guerra ou o mero escapismo pessoal. Também faz críticas ao crescimento do nacionalismo em várias partes do planeta.
Chegou ao top 10 no Canadá, Estados Unidos e Inglaterra. Ganhou disco de platina nos dois primeiros. Cinco das oito faixas saíram como singles. Apenas “Grand Designs”, “Middletown Dreams” e “Emotion Detector” não ganharam promoção no formato.
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….imagine um homem
Quando tudo começou
O piloto de Enola Gay
Voando para fora da onda de choque
Naquele dia de agosto
Todos os poderes constituídos
E o curso da história
Seria mudado para sempre…….*