A página oficial do Cavalera Conspiracy no Instagram confirmou a morte de Vania Cavalera. A mãe de Max (voz e guitarra) e Iggor Cavalera (bateria) tinha 80 anos de idade. A causa não foi divulgada.
O comunicado publicado online afirma:
“É com pesar que comunicamos o falecimento de nossa matriarca Vania Cavalera. A maior alegria da vida de Vania foi criar e amar seus três filhos, Max, Iggor e Kira, e ser vovó de seus seus quatorze netos.
Nossa família pede privacidade durante este momento difícil de luto e honramos os desejos de nossa mãe e seu legado, continuando a celebrar sua jornada de 80 anos de amor, força, espiritualidade e metal.”
Vania é citada como a maior incentivadora das carreiras musicais de Max e Iggor, que formaram em Belo Horizonte, no ano de 1984, o Sepultura. No prazo de pouco mais de uma década, a banda se tornaria a maior representante do heavy metal brasileiro no exterior, colecionando discos de ouro e posições de destaque nas paradas de vários países, além de um legado a ponto de artistas de todo o planeta mencionarem o grupo como influência.
Antes mesmo do Sepultura ter sido fundado, em 1979, Vania precisou lidar com a morte de Graziano, seu marido e pai de seus três filhos. Ele sofreu um infarto aos 40 anos, dentro de um carro onde estavam Max e Iggor, além de um sobrinho. Em entrevista de 2010 à Trip, ela, que trabalhava como modelo na juventude, afirmou:
“Olhei as crianças pequenas e virei um robô, congelei o cérebro. Não dava tempo de sofrer. Fui trabalhar no consulado como telefonista, mas em 1981 resolvi voltar para Minas, primeiro para a casa dos meus pais, de onde eu havia saído fugida para ser modelo no Rio e em São Paulo. E depois em uma casa alugada, que mais tarde viraria o QG do Sepultura.
Depois da morte do meu marido, a vida passou a ser os meninos e os amigos deles. Não era apenas uma relação de mãe e filhos, nós nos protegíamos, sempre fomos muito cúmplices. Era difícil até arrumar emprego, as mulheres viravam a cara para mim, tinham medo de uma ex-modelo viúva na cidade. Vivia com o dinheiro da pensão, porque não tinha reservas. Vendi joias, perfumes, faqueiros; meu marido não pensava no futuro. Dizia que só precisava deixar cultura e amor para os meninos. Aos 12 anos, eles iam para a escola caminhando para economizar no transporte e nunca me pediram nada.”
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