O grande problema da inteligência artificial na música, segundo Paul McCartney

Eterno Beatle acredita que recurso tem pontos positivos e negativos, citando como exemplo versão com seus vocais de “God Only Knows”, do Beach Boys

Paul McCartney é um adepto da inteligência artificial. O músico usou o recurso durante a turnê “Got Back” no ano passado para fazer um dueto com John Lennon no palco e, mais recentemente, para extrair certos vocais do saudoso colega e usá-los na “faixa final” dos Beatles, ainda a ser lançada. 

Apesar de acreditar que a tecnologia traz benefícios para a indústria musical, sobretudo em relação à qualidade de gravações, o eterno Beatle também enxerga pontos negativos. Em conversa com o jornal O Globo, o artista introduziu o assunto comparando uma falsa versão de “God Only Knows”, do Beach Boys, idealizada com os seus vocais a partir da IA, com a tal última canção do Fab Four:

“Uma coisa é você usar a inteligência artificial para fingir que é a minha voz cantando ‘God Only Knows’, e há muito disso na internet. Outra é usá-la para limpar tecnicamente algumas gravações, e isso é muito bom. Os técnicos foram capazes de isolar a voz, então parecia que tínhamos voltado para a gravação original. Foi ótimo, tínhamos a voz de John muito clara e bonita.”

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Em seguida, opinou que falsas criações realizadas por meio da inteligência, como os diversos covers espalhados na internet, podem trazer problemas futuros, principalmente em relação à autoria do conteúdo:  

“Eu ouço aquele ‘God Only Knows’ e sei que não soa como eu. Mas, daqui a cinco anos, estará soando como eu. Então, acho que temos que começar a decidir quem são os donos dessas gravações. Se são os Beach Boys, os Beatles ou quem criou essa coisa.”

Música final dos Beatles

Como Paul McCartney contou ao programa Today da BBC Radio 4 em junho último, a música final dos Beatles deve sair ainda neste ano. Para acrescentar os vocais de John Lennon, falecido em 1980, na faixa, o cineasta Peter Jackson  – que dirigiu a série documental “The Beatles: Get Back” (2021) – extraiu a voz do saudoso músico de uma antiga demo, usando a IA.

Apesar de não ter confirmado qual é a composição, acredita-se que seja “Now and Then”. Idealizada por Lennon em 1978, a obra foi entregue posteriormente a McCartney através de Yoko Ono, junto das faixas “Free as a Bird” e “Real Love”.

Anos atrás, em 1995, havia rumores de que “Now and Then” seria disponibilizada como um single do projeto “The Beatles Anthology” (1995) – que lançou ao público as já mencionadas “Free as a Bird” e “Real Love”. Mais tarde, em 2007, o jornal Daily Express revelou que Paul tinha planos de soltar uma versão finalizada da canção, com uma performance de arquivo do guitarrista George Harrison, morto em 2001, além de Ringo Starr na bateria e eventuais acréscimos na letra. A ideia foi deixada de lado no período, mas em 2021, desta vez para a The New Yorker, o eterno baixista do Fab Four confirmou o desejo de concluir a música.  

Paul McCartney no Brasil

Paul McCartney retornará ao Brasil para shows no fim de 2023. As apresentações fazem parte da turnê “Got Back”, que já está rodando pelo exterior.

Confira o itinerário a seguir.

  • 30/11 – Brasília (Arena BRB Mané Garrincha)
  • 03/12 – Belo Horizonte (Arena MRV)
  • 07, 09 e 10/12 – São Paulo (Allianz Parque)
  • 13/12 – Curitiba (Estádio Couto Pereira)
  • 16/12 – Rio de Janeiro (Maracanã)

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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