O que pensa Iggor Cavalera sobre o Sepultura ter globalizado o metal

Baterista citou último álbum da formação clássica da banda como responsável por abrir mentes em todo o planeta

O Sepultura colocou não apenas o Brasil no mapa do heavy metal como serviu de inspiração para bandas dos mais variados cantos. O grupo inicialmente comandado pelos irmãos Cavalera fez com que o foco saísse do eixo formado por Estados Unidos e Europa, abrindo olhos para o som vindo “da selva” – como alguns cartazes antigos de shows propagavam, equilibrando entre o exótico e o preconceituoso.

Em recente entrevista à Metal Hammer, Iggor respondeu a um leitor que fez o seguinte questionamento:

“Quando você ouve bandas como The Hu incorporando instrumentos folclóricos da Mongólia, ou Gojira incorporando instrumentos nativos da Amazônia, isso desperta um sentimento de orgulho paternal em expandir e globalizar o metal?”

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O baterista comentou:

“Sim, acho que essa era a ideia. Com o ‘Roots’ fomos fundo nas nossas raízes brasileiras e isso repercutiu em todos os lugares, inclusive no black metal norueguês, onde as pessoas voltaram às suas próprias raízes e começaram a incorporar temas pagãos. Um dos maiores feitos do ‘Roots’ foi abrir essa porta e quando vejo as bandas que você acabou de mencionar, fico super orgulhoso.”

Sepultura e “Roots”

Sexto disco do Sepultura, “Roots” saiu em 1996. Mostrou a banda intensificando suas influências experimentais, com direito a incursões na música percussiva brasileira, registros com uma tribo Xavante e as então novas vertentes do heavy metal.

As influências nacionais também se refletiram nas letras. “Ratamahatta” é a primeira música autoral da banda totalmente em português. “Ambush” é um tributo ao ativista ambiental Chico Mendes. “Dictatorshit” fala sobre o golpe militar de 1964. “Endangered Species” alerta para a destruição da natureza no Brasil.

Carlinhos Brown, Mike Patton (Faith No More), DJ Lethal (Limp Bizkit, House Of Pain), Jonathan Davis e David Silveria (Korn) participaram das gravações.

Foi o último trabalho de inéditas a contar com o vocalista e guitarrista Max Cavalera, que sairia após a turnê devido a desentendimentos entre os músicos e sua esposa, a empresária Gloria Cavalera.

“Roots” vendeu mais de 2 milhões de cópias em todo o mundo. Ganhou disco de ouro no Brasil, Estados Unidos, Canadá, Holanda, Austrália, França e Áustria, além de prata no Reino Unido.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. Bathory surgiu em 84, em 86 o Quorthon ja abordava temas vikings e comecava a compor musicas com influencia da cultura nordica! Falar que o Roots que influenciou o black metal a fazer isso, no caso do Igor e pura desonestidade!

    Admiro muito o que o Sepultura fez e faz, talvez com o Roots tenha sido o maior, mais efetivo e mais famoso, mas nem de longe foi o unico ou primeiro, a bem da verdade, conscientemente ou nao, o Sepultura, Angra etc foram parte de um epoca, inicio dos anos 90, em que houve uma explosao da World Music que influenciou muito, nao so o metal, mas todos estilos de musica.

    A proposito, nao foi a primeira vez que isso aconteceu, antes disso o proprio Villa Lobos viveu isso, tendo ate escrito partitura em portugues e os gringos que se virassem pra entender.

    Ps. Se teve uma banda br que influenciou o black metal noruegues foi o Sarcofago!

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