A terceira temporada de “The Witcher”, disponível na Netflix, causou estranhamento ao mudar radicalmente o ritmo da narrativa. A ação ficou em segundo plano e em seu lugar as intrigas políticas ganharam força.
Ainda que isso tire a identidade da série, a tornando apenas mais uma neste estilo tão batido, poderia ter sido bem trabalhado. Mas não foi. O primeiro episódio da segunda metade da temporada, que prometia ser o ápice dessas intrigas, trouxe de volta a ação, mas errou feio dos dois lados.
Com muita correria e nenhum aprofundamento, personagens surgindo do nada e alianças oscilando, o episódio foi confuso. Em vez de se apresentar como a culminação das tramas desenvolvidas na primeira metade, pareceu mais pegar tudo e jogar tudo pro alto sem cerimônia.
Para piorar, os dois capítulos restantes se esticam numa enrolação sem fim, com pouquíssimas cenas que realmente acrescentam alguma coisa. A divisão em dois volumes já era questionável, ainda mais por deixar apenas três capítulos para a parte final, mas quando dois deles poderiam ser resumidos em vinte minutos, aí tudo fica mais desastroso.
Unidade familiar desmanchada
Até a unidade familiar formada por Geralt (Henry Cavill), Yeneffer (Anya Chalotra), Ciri (Freya Allan) e Jaskier (Joey Batey) é desperdiçada. A aproximação dos personagens foi feita de maneira caótica durante as temporadas, por vezes gradual e natural, mas em vários momentos apressada e artificial.
O início desta temporada viu o quarteto mais unido através de uma acelerada superficial, mas o entrosamento até funcionou. Mas este segundo volume joga fora tudo isso, afastando a todos e quebrando de vez o ritmo da história.
O desempenho de Freya Allan no penúltimo episódio, quase todo centrado em Ciri, é embaraçador. Não se trata de uma atriz extraordinária, mas ela não fazia feio até então. Neste capítulo em particular, Allan se demonstrou tão cheia de tudo quanto os fãs da franquia estão.
Decepção com “The Witcher”
Como amplamente divulgado, trata-se da última temporada de Henry Cavill no papel de Geralt, que será substituído por Liam Hemsworth. E provavelmente essa é a maior decepção, pois a despedida de Cavill é totalmente anticlimática, com um Geralt desperdiçado, perdido e sem graça, sem uma cena memorável sequer.
O anúncio da saída do ator já havia encolhido o interesse por “The Witcher”. Porém, estes três episódios finais da temporada conseguiram praticamente extinguir qualquer curiosidade que pudesse ainda existir.
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