Black Stone Cherry lança seu melhor disco em “Screamin’ at the Sky”

Oitavo álbum de estúdio da banda não muda características tradicionais, mas conta com composições muito acima da média

O Black Stone Cherry já construiu uma carreira suficientemente consolidada para se encaixar entre os grandes nomes das últimas gerações. Curiosamente, apesar de ser uma banda americana, seu público mais fiel está no Reino Unido, onde já colocaram seis discos no topo da parada. A depender da qualidade do novo, o número será aumentado sem maiores dificuldades.

“Screamin’ at the Sky” é o oitavo play de estúdio do grupo. É o primeiro desde que aconteceu a única mudança de formação até o momento, com o baixista Steve Jewell assumindo o lugar que era de Jon Lawhon. De resto, Chris Robertson (vocais, guitarra solo), Ben Wells (guitarra rítmica), e John Fred Young (bateria) seguem juntos desde 2001, quando iniciaram as atividades no Kentucky.

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Não se sabe qual a ligação direta entre os eventos, mas há casos em que trocas realmente acabam fazendo bem – tanto artisticamente quanto na própria convivência interna. Caso seja verdade, seria bom eles mudarem integrantes a cada nova gravação (brincadeira, pessoal). Afinal de contas, o novo lançamento supera de longe o que vinha sendo feito, especialmente nos últimos tempos.

São 12 faixas em menos de 40 minutos. A abertura, com a ótima pegada da faixa-título, já demonstra que o clima será mais denso que o habitual. A seguir é a vez de “Nervous”, com bons riffs e breakdowns precisos. A abordagem metálica moderna de “When the Pain Comes” conta com um clima condizente com o nome, tendo jeito de que ficará ainda melhor ao vivo. Lançada como single, “Out of the Pocket” mantém o ritmo em alta, com bela performance de Chris Robertson.

Em “Show Me What it Feels Like” se sobressai o jogo de backing vocals preenchendo a harmonia. “R.O.A.R.” resgata aquela bem-vinda pegada classic rock estradeira dos primeiros álbuns, com belos fraseados de guitarra. Outra que remete a sons anteriores é “Smile, World”, que também havia saído como prévia. O novato Steve, que já havia aparecido no ao vivo “Live From The Royal Albert Hall… Y’All!” (2002), tem a chance de brilhar conduzindo o groove em “The Mess You Made”, um dos melhores momentos de toda a audição.

“Who Are You Today?” consegue mesclar uma leveza pop na melodia com batidas agressivas conduzindo a execução. Por sua vez, “Not Afraid” conta com teclados auxiliando ao fundo enquanto os riffs correm soltos. Momento mais intimista, “Here’s to the Hopeless” oferece uma mensagem de esperança, ao mesmo tempo em que prega a necessidade de sermos realistas perante as dificuldades. Encerrando, “You Can Have it All” possui uma pegada condizente com o rock da época em que a banda estava se formando, especialmente pela “sujeira” estrategicamente colocada.

“Screamin’ at the Sky” não representa uma mudança radical na carreira do Black Stone Cherry. Quem já conhece a banda pelos antigos trabalhos saberá identificar suas principais características. Porém, o nível das composições se elevou, especialmente nos aspectos emocionais. O que o coloca no topo de uma carreira que já conta com vários momentos dignos de nota.

*Ouça “Screamin’ at the Sky” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

*O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Black Stone Cherry — “Screamin’ at the Sky”

  1. Screamin’ at the Sky
  2. Nervous
  3. When the Pain Comes
  4. Out of the Pocket
  5. Show Me What it Feels Like
  6. R.O.A.R.
  7. Smile, World
  8. The Mess You Made
  9. Who Are You Today?
  10. Not Afraid
  11. Here’s to the Hopeless
  12. You Can Have it All

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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