Ritchie Blackmore nunca teve qualquer problema em citar as influências, além de deixar pistas de onde tirava referências em suas músicas. Sendo assim, não surpreende que, em 1991, o guitarrista tenha confessado à Guitar World (resgate do Far Out Magazine) qual banda o Deep Purple desejava clonar nos primórdios.
Fundado em Nova York no ano de 1967, o Vanilla Fudge despontou com sua formação original, que trazia Mark Stein (vocal e teclados), Tim Bogert (vocal e baixo), Vince Martell (guitarra e vocal) e Carmine Appice (bateria). Foi justamente esse período inicial que fez a cabeça dos britânicos.
“Nós amávamos o Vanilla Fudge, eram nossos heróis. Eles costumavam tocar no Speakeasy de Londres. Todos os hippies iam até lá para se divertir. Clapton, The Beatles, todo mundo comparecia. Segundo a lenda, o assunto da cidade naquele período era Jimi Hendrix. Mas isso não é verdade, era o Vanilla Fudge.”
As performances incendiárias foram o principal aspecto absorvido e transposto para o cotidiano dos britânicos.
“Eles tocavam músicas de oito minutos com dinâmica. As pessoas diziam: ‘O que diabos está acontecendo aqui? Como é que não são três minutos?’ Tim Bogert, o baixista, era incrível. Todo o grupo estava à frente de seu tempo. Então, inicialmente, queríamos ser um clone do Vanilla Fudge. Mas nosso segundo vocalista, Ian Gillan, queria ser Edgar Winter. Ele dizia: ‘Quero gritar assim, como Edgar Winter’. Então éramos isso, Vanilla Fudge com Edgar Winter!”
A percepção foi confirmada por outro membro do Deep Purple. Em entrevista ao documentário “Metal Evolution”, o baterista Ian Paice declarou:
“O que tentamos fazer no primeiro álbum foi uma versão em inglês do Vanilla Fudge. Pegue músicas normais e coloque grandes arranjos em torno delas. Com o tempo, passamos a perceber que era mais importante sermos nós mesmos em vez de um Vanilla Fudge de segunda mão.”
Associação ao Led Zeppelin
Curiosamente, a banda inglesa mais comumente associada ao Vanilla Fudge é outra daquela geração: o Led Zeppelin, a quem os próprios homenagearam em seu álbum mais recente, “Vanilla Zeppelin” (2022).
Em entrevista de 2014 ao podcast Totally Driven Radio (transcrita pelo Blabbermouth), Carmine Appice chegou a declarar que seria uma opção melhor em uma possível reunião da banda em comparação a Jason, filho de John Bonham, que havia participado do show que gerou o álbum e vídeo “Celebration Day”.
“Jason é filho de John, mas não toca como ele, tem um estilo próprio. Apesar de eu também não ser a mesma coisa, acredito que tenho um estilo mais próximo, até porque vim primeiro e John me escutava.”
Vanilla Fudge atualmente
Entre idas e vindas nas décadas seguintes, o Vanilla Fudge segue na ativa com três dos quatro membros iniciais. A exceção é Tim Bogert, falecido em 2021 e substituído por Pete Bremy desde 2010.
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