O Fleetwood Mac nasceu como uma banda de blues rock no fim da década de 1960. De início, o projeto era liderado artisticamente pelo guitarrista Peter Green. Em meados de 1974, com as entradas de Stevie Nicks, Christine McVie e Lindsey Buckingham — a essa altura Green já estava fora há anos —, a sonoridade mudou bastante, passando a adotar forte influência do soft rock e elementos da música pop da época.
Não dá para negar que isso levou o grupo a se transformar em uma potência em popularidade. O álbum “Rumours”, de 1977, é um dos mais vendidos da história da música. Outros discos, como “Tusk” (1979), “Mirage” (1982) e “Tango in the Night” (1987), também registraram boas vendas.
Entretanto, toda alteração em sonoridade causa estranheza. Até hoje, há fãs que lamentam a transição do Fleetwood Mac, ainda que tenha sido a responsável por dar fama à banda.
Em entrevista de 2020 a Kyle Meredith, com transcrição do Ultimate Guitar, o baterista Mick Fleetwood, que esteve na banda desde o início, foi perguntado sobre essa mudança no som. Ele revelou que não enxerga como uma alteração tão drástica e discorda de quem descreve o caso como o de “duas bandas diferentes”. O músico apenas menciona a mudança na formação, a partir da entrada de Stevie Nicks e Lindsey Buckingham, que eram americanos.
“Não vejo como duas bandas diferentes. […] Se você pegar a banda original e as pessoas na Europa, especialmente na Inglaterra… nós meio que desaparecemos naquela época. Fomos para a América e voltamos um tempo depois com uma formação diferente.”
Mick comentou que algumas dessas pessoas, especialmente na Inglaterra, podem ter se impressionado e pensado que era uma banda diferente.
“Entretanto, para mim, John (McVie, baixista) e Christine (McVie, vocalista e tecladista), apenas mudamos nosso caminho sem percebermos que estávamos mudando desse tanto. Estávamos apenas seguindo em frente meio que secretamente em um país diferente.”
As mudançjasno Fleetwood Mac
O baterista entende que muitos fãs acham que há uma banda diferente entre “Blues Jam in Chicago” (1969) e “Rumours” (1977), por exemplo. Por outro lado, ele aponta:
“Felizmente, John e eu, tendo tocado em tudo isso – e, claro, além dos outros músicos ao longo dos anos de mudança -, vemos como uma grande história com vários capítulos.”
A confusão ocorre, na visão de Mick Fleetwood, porque muitos fãs não puderam acompanhar de perto toda essa evolução do Fleetwood Mac, tendo em vista o período em que ficaram afastados, em especial, da Inglaterra.
“Algumas pessoas veem que há muita continuidade para uma história estranha e bem interessante. Quem se lembra dos tempos de Peter Green e pega diretamente no ‘Rumours’, pode entender, sim, como uma banda diferente. Concordo com isso.”
Sobre Mick Fleetwood
Nascido em Redruth, sul da Inglaterra, em 24 de junho de 1947, Michael John Kells Fleetwood não apenas fundou o Fleetwood Mac, mas ao lado de John McVie, acabou responsável por batizar o grupo criado pelo guitarrista Peter Green. O nome do grupo consiste nos sobrenomes do baterista e do baixista (“Mac” Vie) combinados, o que os transformou na “cara” da banda, de certa forma.
Morou no Egito e Noruega durante a infância, acompanhando o pai, piloto da Força Aérea Britânica. Quando mostrou aptidão para a música, voltou ao país natal, residindo com a irmã. Assim, passou a integrar os primeiros grupos como baterista.
Antes da fama, tocou em bandas menores em Londres, até entrar para o John Mayall & the Bluesbreakers, ao lado de Peter Green. Na época, o grupo já contava com John McVie no baixo. O trio deixou a banda para formar o que viria a ser o Fleetwood Mac (embora McVie não tenha se juntado logo de cara), que lançou seu álbum de estreia em 1969.
A banda teve fases distintas, do blues ao soft rock, se tornando um fenômeno de vendas a partir da metade dos anos 1970. Foi neste período que Fleetwood trouxe o então casal Lindsey Buckingham e Stevie Nicks para a formação, iniciando o período de alta popularidade.
A partir da década de 1980, mesmo sem nunca sair do Fleetwood Mac, Mick deu início a uma carreira solo variada, sob nomes como Mick Fleetwood’s Zoo, Mick Fleetwood Blues Band e Mick Fleetwood & Friends.
Além da carreira musical, o baterista também flertou com a atuação, com aparições em alguns filmes e séries. No cinema, esteve ao lado de Arnold Schwarzenegger em “O Sobrevivente” (1987), além de “Zero Tolerance” (1994) e “Snide and Prejudice” (1997), onde viveu um paciente psiquiátrico que acredita ser Pablo Picasso. Na TV, participou de “Star Trek: The Next Generation” em 1989.
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