O Creedence Clearwater Revival existiu entre 1967 e 1972, tendo vendido mais de 30 milhões de discos só nos Estados Unidos. Neste período, o guitarrista e vocalista John Fogerty foi a força motriz, escrevendo todos os grandes clássicos. Tanto que, quando resolveu ceder aos pedidos dos colegas por um ambiente mais democrático, a banda implodiu após um álbum.
Em depoimento ao livro “Bad Moon Rising: The Unofficial History of Creedence Clearwater Revival”, de Hank Bordowitz (resgatado pelo Far Out Magazine), o compositor contou como criou sua música preferida do grupo. A opção recaiu sobre “Proud Mary”, o maior hit do segundo play, “Bayou Country” (1969). Tudo começou com uma libertação.
“O período no exército e o início do Creedence se sobrepunham, então eu era conhecido entre os militares como ‘aquele hippie com uma música no rádio’. Eu queria muito sair. Na escadaria do meu prédio, havia uma carta do governo do tamanho de um diploma. Ficou lá por alguns dias, bem ao lado da minha porta. Um dia, me abaixei para olhar e percebi escrito ‘John Fogerty’.
Levei para casa, abri e vi que era minha dispensa honrosa do exército. Eu finalmente estava fora! Estávamos em 1968, pessoas morriam no Vietnã. Fiquei tão feliz que corri para meu pequeno gramado e dei cambalhotas. Aí entrei em casa, peguei meu violão e comecei a dedilhar. Comecei com ‘Deixei um bom emprego na cidade’ e então várias falas boas saíram de mim imediatamente.”
Assim “Proud Mary” foi criando forma. O que só melhorou quando executada de forma coletiva.
“Bolei as mudanças de acordes, o acorde menor onde diz, ‘Big wheel keep on turnin/Proud Mary continue burnin’ (ou ‘boinin’,’ usando minha pronúncia descolada que aprendi com Howling’ Wolf). No momento em que veio ‘Rolling, roll, roll on the river’, eu sabia que tinha escrito minha melhor música. Vibrava dentro de mim. Quando ensaiamos, me senti como Cole Porter.”
John Fogerty, “Proud Mary” e Ike & Tina Turner
Curiosamente, a canção se tornaria ainda mais famosa por conta de um cover feito por Ike e Tina Turner. O sucesso acabou ajudando o próprio Creedence a ser mais conhecido junto ao grande público. À época do falecimento da cantora, em maio deste ano, Fogerty escreveu em suas redes sociais:
“Profundamente triste com a morte de Tina Turner… Adorei a versão dela de ‘Proud Mary’! Foi diferente e fantástica. Também fiquei muito feliz porque ela escolheu minha música e foi o disco que deslanchou sua carreira.”
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.
Pô, amigo, sem querer ser desrespeitoso, mas afirmar que Tina Turner ajudou o Creedence a ser conhecido, é de uma falta de alcance constrangedora. O Creedence tá no mesmo patamar de Led Zeppelin, Black Sabbath, Stones e outros gigantes. O inverso talvez fosse mais assertivo.
É preciso ler e interpretar corretamente. O que foi escrito: “ajudou a ser MAIS conhecido”. Não “ajudou a ser conhecido”.
John Fogerty — independente de sua boa voz pesada e boas composições— foi o único musico ‘talentoso’ da banda Creedence. Os caras eram visivelmente limitados como banda.
Por isso, Creedence não está ‘exatamente’ no mesmo patamar de Led Zeppelin, Queen, Black Sabbath, Rolling Stones, Beatles, e outros grandes músicos da historia, justamente, pela incrivel limitação técnica dos membros da banda. É por isso que o John Fogerty saiu dessa banda.
Apenas dando um pitaco de que , quando Tina , ainda com Ike , gravou sua espetacular versão de ” Proud Mary” tanto ela , quanto CCR já eram artistas de muuuuuuuito sucesso . Suas carreiras foram contemporâneas e bem sucedidas , independente de qualquer colaboração . “Proud Mary” já era um diamante bruto classico quando Ike/Tina a lapidaram e arrasaram numa explosão de Soul e R&B .
A própria Rolling Stones considerou Secos e Molhados a melhor banda brasileira de todos os tempos um tempo atrás. Estranho mesmo esse ranking
Rolling Stone nacional e Rolling Stone americana são entidades totalmente diferentes.
”Proud Mary” é uma boa letra de musica, realmente. E não estou criticando a matéria, mas apenas deixando um adendo aqui, que não foram apenas Tina Turner e Ike que ajudaram a torná-la famosa.
Além de gravada, foi incluida em setlist dos shows mais memoráveis de ninguém menos que Elvis Presley, e antes da Tina Turner gravá-la. O rei do rock n roll dos primórdios da década 50s fazer isso, foi um trampolim monumental para a musica de John Fogerty, lá dentro dos Estados Unidos.