Quem acompanhou a carreira de Lemmy Kilmister e especialmente suas entrevistas, sabe que o líder do Motörhead gostava de ostentar uma pose de durão. Isso fazia muito sucesso junto aos fãs, já que demonstrava uma virilidade que nem sempre refletia a realidade, mas servia para oferecer uma aura quase de super-herói – personagens que também costumam ser frágeis na parte da personalidade que não mostram ao mundo.
Outra característica usada para transparecer essa “macheza” vinha na hora de criticar novos artistas – mais um traço que também costuma fazer sucesso junto a pessoas complexadas. À revista Ear Candy em 2000 – resgate do Rock and Roll Garage – sobrou para atrações do então ascendente nu metal, como Slipknot e Limp Bizkit.
“Não entendo o sucesso deles. É apenas lixo! Parecem frentistas de posto de gasolina com máscaras de gás. Não me importo que as crianças tenham suas próprias coisas, sou totalmente a favor. Quando você tem 17 anos, você quer que uma banda de 17 anos toque para você, você não quer esses velhos como eu. Eu entendo isso, mas o Slipknot é uma porcaria! E reconheço uma m*rda quando ouço. Acredite em mim, eles são um bom exemplo.”
Obviamente, não poderia faltar o “bom mesmo era no meu tempo”.
“Muitas dessas novas bandas têm um riff e nenhuma música. Fui criado para admirar canções. Uma música boa e bem elaborada. Como se os Beatles tivessem 5 anos de carreira e estivessem tocando ‘Yesterday’.”
Em outro bate-papo, desta vez com o Hot Press, Lemmy chegou a até mesmo culpar os novos sons por seu sucesso apenas moderado nos Estados Unidos.
“Não somos bonitos o suficiente e a música é brutal demais para eles. Tudo lá é movido pela moda. Limp Bizkit, Tool e tudo mais. É simplesmente impossível. Se esse é o futuro do rock ‘n’ roll, é suicídio para mim.”
Ainda sobrou uma estocada em Marilyn Manson.
“O show é ótimo, mas o último disco dele foi inútil. Reconheço seu mérito por chocar as pessoas. Mas ele precisa criar algumas músicas decentes.”
Sobre Lemmy Kilmister
Nascido em Stoke-On-Tent, Inglaterra, Ian Fraser Kilmister despontou em 1965 com o The Rockin’ Vickers. O grupo lançou três singles e se tornou a primeira banda britânica a excursionar pela Iugoslávia.
Seis anos depois se juntou ao Hawkwind. Mesmo sem experiência no baixo, assumiu o instrumento que o consagraria. Cantou no single mais bem-sucedido da banda, “Silver Machine”. Saiu em 1975.
A seguir, montou o Motörhead, que se tornaria seu grande trunfo. Na maior parte da carreira como power trio, o grupo se tornou o elo perdido do rock pesado, agradando de punks a headbangers. Foram 22 álbuns de estúdio e mais de 15 milhões de discos vendidos em todo o mundo.
Morreu em 28 de dezembro de 2015, por conta de um câncer na próstata aliado a sérias condições cardíacas. Permaneceu no palco até 17 dias antes, quando se apresentou com o Motörhead em Berlim, Alemanha.
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A causa da morte dele (essa aí) foi novidade pra mim….. o que eu tinha escutado anos atrás, é que ele morreu dormindo de causas naturais…. tento fugir ao máximo das fakes da internet, mas é f…..
Certíssimo o Lemmy em suas colocações a respeito do Slipknot.