Lançada em 1981 como single e incluída no álbum “Hot Space” (1982), a música “Under Pressure” é um dos maiores sucessos da carreira do Queen. A canção foi gravada em parceria com ninguém menos que David Bowie, responsável por uma metodologia curiosa – e bastante funcional – para a gravação das vozes.
Em entrevista ao Ultimate Classic Rock, o guitarrista Brian May revelou como o processo de gravação se deu. De acordo com o músico, o método sugerido por Bowie consistia em trabalhar completamente no improviso – algo “inovador” na visão de May.
“Os vocais foram construídos de um jeito inovador, que veio de David, porque ele tinha experiência com esse método avant-garde de construir vocais. Ele disse: ‘todo mundo entra na cabine sem ideias, sem anotações, e canta a primeira coisa que vier à cabeça sobre a backing track’.”
Em seguida, ele completou:
“E assim fizemos, compilando todos os pedaços – foi a partir disso que fizemos ‘Under Pressure’, todos esses pensamentos aleatórios.”
“Under Pressure” foi disponibilizada como single oito meses antes do disco “Hot Space”. Foi o primeiro single do Queen a atingir o topo das paradas britânicas.
A música pop perfeita
Vocalista e guitarrista do Radiohead, Thom Yorke já definiu “Under Pressure” como a música pop perfeita. A classificação foi feita em entrevista de 1993 à Ray Gun Magazine.
“‘Under Pressure’, do Queen e David Bowie, é o exemplo de música que coloca o ouvinte de joelhos. Para mim, ela é a canção pop perfeita.”
Na ocasião, ele discutia o posicionamento de que, para ele, o Radiohead é uma banda pop.
“Minha definição de pop é explorar algo. Minha música pop ideal é aquela que diz algo que as pessoas querem ouvir liricamente e que as agarra pelo pescoço musicalmente – e que tem algum tipo de profundidade que vai além de uma melodia feliz que você assobia no trabalho.”
Queen, “Under Pressure” e “Hot Space”
Décimo trabalho de inéditas do Queen, “Hot Space” mostrava a banda incorporando elementos de funk, disco music, dance e pop. A nova orientação sonora, que já vinha se mostrando de forma mais tímida em trabalhos anteriores, desagradando boa parte dos fãs.
Mesmo com a repercussão negativa, ganhou disco de ouro nos Estados Unidos e platina na Inglaterra, tendo vendido mais de 3 milhões e meio de cópias mundialmente apenas à época. Por outro lado, não repetiu os números de “The Game” (1980), seu antecessor e um dos recordistas de vendas do grupo.
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