O conto de como Syd Barrett se retirou dos holofotes no fim dos anos 1960 é um dos mais tristes da história do rock. Existem muitas teorias sobre o que levou o falecido líder original do Pink Floyd a deixar a música para trás, com os próprios membros da banda divididos nas especulações – o também saudoso tecladista Richard Wright culpava tudo em uma overdose de ácido, enquanto o baixista e vocalista Roger Waters afirma até hoje ter sido um caso não diagnosticado de esquizofrenia.
Agora, contudo, mais lenha foi colocada na fogueira por uma figura curiosa e até então desconhecida do grande público. O Príncipe Stanislas Klossowski de Rola, mais conhecido como Prince Stash, ganhou popularidade no TikTok ao contar histórias relacionadas às suas amizades com roqueiros e artistas famosos em geral dos anos 60 e 70.
Quando alguém lhe pediu uma história sobre o Pink Floyd, o príncipe disse ter visto o momento em que Barrett teria rompido de vez com a realidade. A situação, segundo ele, ocorreu durante uma viagem a uma casa nas Black Mountains do País de Gales, no Réveillon de 1967 para 1968.
“Quais substâncias foram usadas para que esses acontecimentos supernaturais ocorressem, envolvendo muita magia? Eu não direi agora, mas aconteceu. Syd Barrett e eu viramos dois cavaleiros brigando de lança, e aí nos encontramos num berçário em outra dimensão, onde tudo era feito com cetim de acetato, amarelo, verde e vermelho. Havia alguns brinquedos muito grandes ali. Em certo momento, eu perdi o foco por um breve momento e de repente o corpo de Syd Barrett havia sumido: sua cabeça estava no corpo de um urso de pelúcia gigante.”
O príncipe continuou a história:
“No final da noite em que muitas coisas estranhas aconteceram, digamos assim, Syd e eu nos encontramos num cômodo completamente diferente da casa e a namorada dele disse, ‘ O que está acontecendo, Syd? Você parece um urso de pelúcia gigante.”
Segundo o príncipe, ao ouvir isso Syd se levantou, pegou uma guitarra, começando a tocar e cantar completamente desafinado, algo que ele nunca havia visto o amigo fazer. Não demorou para sua retirada da vida pública.
“Ele pegou a guitarra, olhou para mim e ele, que era um músico tão brilhante, tocou muito mal e cantou fora do tom, o que era algo nada característico de um músico incrível. Todos ficaram horrorizados. Syd Barrett foi para casa e basicamente saiu da própria banda, além de ter doado suas coisas e nunca mais foi o mesmo de novo.”
O vídeo pode ser assistido abaixo ou, caso o player não carregue, clicando aqui.
@realprincestash Replying to @kaya I met Syd Barrett in 1967 before anyone really knew who Pink Floyd was. We had one night that changed everything, this is the story. #magic #supernatural #history #historytok #sydbarrett #pinkfloyd #1960s #storytelling #rocknrollmusic Pink Floyd-like sad BGM 2 – harryfaoki
Mais declarações
A ocasião foi discutida por Stash também em entrevista ao jornal The Guardian. Na ocasião, afirmou:
“Eu estava com ele quando ele foi para o outro lado. Nós estávamos tomando ácido juntos – é uma história estranha. Foi uma coisa meio mágica. Ele caiu numa fenda psicodélica. Acredite em mim, outras dimensões se abrem.”
Em outra conversa com a revista Ugly Things em 2011 (via Louder), o príncipe se mostrou triste com o ocorrido.
“É difícil condensar o período inteiro nas Black Mountains em algumas frases loquazes. Tendo ouvido que Syd nunca se recuperou e o que aconteceu, eu concluí que o único jeito possível de voltar atrás no tempo era retornar àquela dimensão e o libertar.”
Syd Barrett e as drogas
Há mais histórias sobre Syd Barrett estar em um estado constante de alucinaçãonesse período. Seja por seu uso pessoal de LSD ou por alegações de amigos de que as pessoas com quem ele dividia um apartamento lhe davam doses sem conhecimento ou consentimento, misturando no café, por exemplo. Tudo isso em meio à fama crescente do Pink Floyd.
David Gilmour, que era amigo de Syd antes mesmo da formação do Pink Floyd, resumiu sua opinião sobre o papel das drogas na vida de Barrett numa entrevista para o The Independent, em 2006, quando o colega morreu.
“Na minha opinião, o colapso nervoso dele teria acontecido de qualquer jeito. Era algo muito mais profundo. Mas digo que a experiência psicodélica pode ter agido como catalisador. Ainda assim, eu não acho que ele conseguia lidar com a visão de sucesso e tudo que vinha junto.”
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Sensacional sua pesquisa e contribuição ao ser humano e aos fãs de Pink Floyd, não conhecia essa parte da história, assim como pesquisadora do comportamento humano, possibilitou ampliar minha visão. Gratidão!!