Em 1978, o Black Sabbath embarcou na turnê do álbum “Never Say Die!”, que tinha os novatos do Van Halen como atração de abertura. Em meio a um declínio comercial e crises internas, os músicos da pioneira do metal enfrentavam nos bastidores conflitos com os colegas de excursão que roubaram o protagonismo.
Em entrevista ao podcast Rock Experience de Mike Brunn (via Ultimate Guitar), Geezer Butler relembrou o clima por trás da turnê. De acordo com o baixista do Sabbath, o convívio com os membros do Van Halen foi divertido no início, mas desandou devido à falta de limites dos músicos.
“Também éramos fãs de Van Halen. Fomos ótimos uns com os outros e costumávamos festejar todas as noites [risos]. Tony e Eddie se davam muito bem. No começo, Tony estava um pouco chateado com Eddie fazendo esses solos de guitarra cada vez mais longos. Ozzy estava irritado porque Dave Lee Roth estava usando todas as coisas de Ozzy. Acho que isso realmente começou a nos derrubar no final.”
Geezer ainda abordou outro ponto que marcou negativamente a colaboração: a Warner, gravadora de ambos os grupos, parou de promover o Sabbath e concentrou todos os seus recursos na Van Halen.
“Algumas pessoas amam o Sabbath, algumas pessoas amam o Van Halen. A única coisa é que… a gravadora estava promovendo o Van Halen e nós estávamos no mesmo selo. Mas todo o apoio estava indo para o Van Halen, eles estavam se esquecendo de nós.”
Black Sabbath e Van Halen
No livro “Eruption: Conversations with Eddie Van Halen” (via Guitar World), Geezer se aprofundou nos conflitos por trás da Never Say Die Tour. O músico afirmou que o Van Halen copiava o Black Sabbath a ponto das apresentações ficarem parecidas.
“O Van Halen caiu incrivelmente bem. A única coisa que me irritou foi que no início da turnê eles pareciam uma banda muito crua, mas conforme a turnê continuou, eles meio que nos enganaram. Os solos de guitarra de Eddie estavam ficando mais longos, David Lee Roth estava copiando tudo que Ozzy fazia, e o baixista [Michael Anthony] até começou a usar um pedal wah, numa época em que eu era o único baixista que já tinha usado um wah pedal. Quando subíamos no palco, as pessoas diziam: ‘oh, eu já vi tudo isso’. Era como se fôssemos nosso próprio tributo.”
A crise do Sabbath no fim dos anos 1970
O Black Sabbath viveu um momento conturbado na segunda metade da década de 1970. Em meio a conflitos com Ozzy Osbourne, que se afundava cada vez mais no vício em álcool e drogas, o grupo buscou uma mudança de direção. A proposta foi colocada em prática nos álbuns “Technical Ecstasy” (1976) e “Never Say Die!” (1978), que acabaram rejeitados e representaram o começo de um declínio comercial.
Foi nesse cenário que a convivência com Osbourne se tornou insustentável e o grupo optou pelo desligamento do frontman após o fim da Never Say Die Tour, em 1979.
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