A juventude e suas crises quase transformaram Eddie Vedder em uma criança perdida – as histórias estão aí desde as primeiras letras que escreveu na carreira. O que o salvou foi justamente aquilo que o consagraria como vocalista do Pearl Jam: a música.
O cantor sobre sua adolescência problemática durante uma discussão com o diretor cinematográfico Judd Apatow, registrada no livro “Sick in the Head” – e resgatada pelo site Far Out Magazine. Durante a conversa, foi citado um álbum criado do outro lado do Oceano Atlântico, mas que parecia escrito pessoalmente para o ícone do grunge.
O vocalista contou:
“‘Quadrophenia’ do The Who salvou minha vida. Foi algo que consegui captar, porque, por algum motivo, parecia que não conseguia me relacionar com ninguém no mundo. Ao menos ninguém na minha escola e certamente ninguém na minha casa, De repente, apareceu um cara de Londres chamado Pete (Townshend, guitarrista) que sabia tudo o que estava acontecendo na minha vida.”
Vedder, então, passou a traçar um panorama do que enfrentava no período em que conheceu o disco.
“Eu tinha cerca de 13, 14 anos. Todo tipo de coisa estava acontecendo comigo naquela época. Era como, digamos, uma ponte com suas estruturas cobrindo um grande e profundo abismo. E essa ponte estava prestes a desabar, você me entende? Durante todo esse período eu fiquei lá tentando me segurar. Ainda bem que a loja de discos me receitou esse medicamento, porque foi ele que me ajudou com tudo isso. Mesmo sem nenhuma resposta, era importante saber que eu não era o único que estava passando por essas coisas.”
The Who e “Quadrophenia”
Sexto trabalho de estúdio do The Who, “Quadrophenia” foi sua segunda ópera-rock. A história acompanha as desilusões na vida de um jovem chamado Jimmy. As personalidades dos quatro integrantes do grupo são colocadas em determinados momentos da narrativa. As músicas temas de cada membro são: “Bell Boy” (Keith Moon), “Is It Me?” (John Entwistle), “Helpless Dancer” (Roger Daltrey) e “Love Reign O’er Me” (Pete Townshend).
Posteriormente, virou musical, filme e, recentemente, ganhou versão orquestral. Chegou ao 2º lugar nos Estados Unidos e Reino Unido. Ganhou disco de platina no primeiro e ouro no segundo.
Sobre Eddie Vedder
Nascido em Evanston, Illinois, Estados Unidos, Edward Louis Severson III adotou o Vedder, sobrenome da mãe, na adolescência, após descobrir que seu padrasto não era o pai biológico – a quem chegou a conhecer na infância, embora só tenha sabido a verdade mais tarde.
Começou a carreira musical nos anos 1980, participando de bandas como Indian Style, Surf And Destroy, The Butts e Bad Radio. Paralelamente, trabalhou como atendente de farmácia, garçom e segurança para se sustentar.
Encontrou o sucesso mundial quando se juntou ao Mookie Blaylock, que mudaria o nome para Pearl Jam. Uma das bandas mais importantes da cena rock da década de 1990, vendeu mais de 60 milhões de discos em todo o mundo. É o único frontman original do “Big Four do Grunge” ainda vivo.
Também lançou discos solo, além de ter colaborado com várias trilhas sonoras e participado de álbuns do Temple Of The Dog, Bad Religion, Neil Young, Ramones e The Who, entre outros.
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