Nono disco de inéditas do Kiss, “(Music From) The Elder” (1981) marcou o reencontro da banda com o produtor Bob Ezrin, cinco anos após o sucesso alcançado em “Destroyer” (1976), considerado por muitos seu álbum referencial.
O trabalho mostrava o grupo buscando uma sonoridade com influências sinfônicas e uma temática conceitual que nem eles foram capazes de explicar sem se atrapalhar. Gene Simmons foi o artífice e pensava até mesmo em uma trilogia que ainda ganharia versão cinematográfica.
Como todo sabemos, não deu certo. E ninguém conseguiu realmente entender a trama. Em depoimento ao livro “The Eric Carr Story” (2011), Ezrin até que se esforçou. Conforme transcrição do Ultimate Guitar, ele disse:
“Existe uma… não sei se você quer chamar isso de raça, mas existem guardiões em cada geração, que protegem o mundo do mal. São anjos, de certa forma, estão lá para defender o mundo dos demônios. E essa classe de pessoas são uma consciência coletiva atemporal e eterna. Eles são chamados coletivamente de ‘The Elder’. Há esse garoto, que é obviamente um deles. E há o gênio do mal, Sr. Blackwell, que foi uma escolha interessante de nomes, porque o produtor/fundador da Island Records, Chris Blackwell, é um querido amigo meu. Não sei como chegamos a isso, mas acho que na verdade foi Lou Reed quem criou o nome ‘Blackwell’. Tem a ver com ‘black/preto’ e ‘well/poço’, as profundezas do mal e assim por diante.”
Soa quase como algo de Cavaleiros do Zodíaco, que só seria lançado alguns anos depois. De qualquer modo, Bob conclui:
“Esse é o garoto, a ideia era sequestrá-lo e matá-lo. Mas ele prevalece porque é ‘o garoto’. Ele derrota o malvado Sr. Blackwell, se tornando o herói que salva o mundo. Basicamente é isso. Então, é uma espécie de fantasia de um menino com poderes especiais, daí aquela música, ‘Just a Boy’.”
Kiss e “(Music from) The Elder”
“(Music from) The Elder” marcou a estreia em estúdio do baterista Eric Carr. Lou Reed e Tony Powers colaboram como coautores em parte do tracklist. Com o tempo, ganhou status de cult, mas o fracasso mercadológico à época foi tão grande que nem houve uma turnê para divulgação.
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Um álbum conceitual, ópera-rock com cada música contando um pedaço de uma história, e o álbum sendo a história completa, é algo que daria certo hoje em 2023, se todas as músicas tivesse um vídeo-clipe por exemplo.
Excelente álbum!
O que pesou mais foi o conservadorismo dos fans que ainda rejeitam que suas bandas experimentem outros caminhos.
Considero o melhor disco do Kiss, muito próximo do Rock Progessivo e original, nada de monotonia!
Muito bom album conceitual!