A história real que inspirou o filme “O Exorcista”

Caso aconteceu nos Estados Unidos no fim dos anos 1940; faltam provas para sustentar alegações das testemunhas

O Exorcista” é um dos filmes de terror mais famosos da história. Lançado em 1973 e responsável por render uma série de sequências, a obra inspirada em um livro homônimo de William Peter Blatty deixou muita gente traumatizada e sem dormir à noite. Mas você sabia que os eventos do longa são baseados em uma história real?

Nos anos 1940, uma família americana pediu ajuda para um padre após acreditar que um adolescente havia sido possuído pelo demônio, muito por conta de diversos acontecimentos misteriosos e assustadores que passaram a ocorrer nos arredores deste jovem.

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“Roland Doe”, a inspiração para “O Exorcista”

O jovem da vida real que inspirou os acontecimentos de “O Exorcista” não teve seu nome revelado – o que só aconteceu após sua morte. Ele ficou conhecido pelos pseudônimos “Roland Doe” e “Robbie Mannheim”, que foram dados pela mídia na época em que o caso veio à tona.

Roland nasceu em uma família luterana de origem alemã em 1935 e vivia na cidade de Cottage City, que fica no estado americano de Maryland. O menino era filho único e por conta disso, dependia de outros adultos de sua família para brincar.

A pessoa que mais passava tempo com ele era sua tia, chamada Harriet. Foi ela quem deu ao sobrinho um tabuleiro de ouija (geralmente utilizado para tentar algum tipo de comunicação com espíritos), o que despertou um grande interesse.

Os exorcismos de Roland Doe

Para o azar de Roland, sua tia Harriet faleceu quando ele tinha 14 anos de idade. Foi a partir daí que diversos acontecimentos passaram a assombrar a casa do jovem, segundo sua família, como barulhos estranhos, móveis que se moviam sozinhos e objetos que passavam a levitar sempre que o adolescente se aproximava deles.

Assustada, a família do jovem logo procurou ajuda de um pastor luterano, que após passar uma noite na companhia de Roland, também alegou ter testemunhado os mesmos acontecimentos. O religioso, então, sugeriu aos parentes do jovem que procurassem ajuda de um padre católico.

Foi a partir daí que Roland Doe passou por um série de exorcismos, de acordo com a história. O primeiro foi conduzido por um padre chamado Edward Hughes. Durante o procedimento, o adolescente teria conseguido se livrar de uma de suas amarras, pegado uma mola do colchão em que estava deitado e usado o objeto para machucar o braço do religioso, o que fez o procedimento ser interrompido.

O segundo exorcismo de Roland ocorreu pouco tempo depois, após a família procurar ajuda de outro padre na cidade de St. Louis, chamado William Bowdern. Junto de Edward Hughes, os dois realizaram o procedimento e teriam testemunhado os seguintes acontecimentos:

  • A cama de Roland se mexia sozinha;
  • Objetos saíram voando;
  • O adolescente falava com uma voz mais grossa;
  • Roland passou a exibir aversão a qualquer coisa considerada sagrada.
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Um terceiro exorcismo foi realizado em Roland, que foi conduzido por Bowdern e outros dois padres. Eles teriam visto palavras como “mal” e “inferno” aparecerem no corpo do garoto e a cama em que estava se mexendo sozinha novamente. O jovem ainda teria quebrado o nariz de um dos religiosos durante o processo.

Aparentemente, este terceiro exorcismo teria surtido efeito, já que a partir daí, Roland passou a viver uma “vida normal” como qualquer outra pessoa, segundo os relatos.

Ceticismo e o nome real do jovem

Nem seria preciso dizer que muita gente não acreditou nessa história. Faltam provas mais concretas do caso, já que tudo foi baseado no que os envolvidos contaram na época.

O autor Thomas B. Allen, que investigou o caso e o relatou em um livro lançado nos anos 1990, acredita que Roland Doe era apenas um “adolescente profundamente perturbado, sem que houvesse nada de sobrenatural”.

Já o escritor Mark Opsasnick, que também estudou o caso, acredita que o jovem era portador de alguma doença mental. Porém, os religiosos e as pessoas do seu entorno passaram a enxergar a situação como uma possessão demoníaca.

Além disso, como a história ficou bastante conhecida e ganhou contornos exagerados, Opsasnick acredita que escritores e produtores de cinemas decidiram se aproveitar dela visando o lucro – como teria acontecido com “O Exorcista”.

Apenas em 2021 que o jovem teve sua suposta identidade real revelada: segundo a revista “The Skeptical Inquirer”, ele se chamava Ronald Edwin Hunkeler, chegou a trabalhar como engenheiro da Nasa e feito parte da equipe que contribui para o primeiro pouso na Lua em 1969.

Uma colega de trabalho de Hunkeler, que pediu para não ser identificada, revelou que ele tinha medo de que as pessoas do seu entorno descobrissem que seu passado serviu de inspiração para “O Exorcista”.

“Durante o Halloween, ele sempre saía de casa porque imaginava que alguém iria até sua casa, saberia onde ele morava e que não o deixaria em paz por conta de ‘O Exorcista’. Ele teve uma vida terrível de preocupação, preocupação e preocupação.”

Ronald se aposentou em 2001 e faleceu em maio de 2020, apenas um mês antes de completar 86 anos.

*Texto construído com informações da Wikipedia, Screen Rant e The Guardian.

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Augusto Ikeda
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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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