Uli Jon Roth se juntou aos membros do Scorpions, em 1973, após a saída do guitarrista Michael Schenker. O músico permaneceu com a banda até 1978, quando decidiu deixar os colegas por diferenças artísticas, formando, em seguida, o Electric Sun.
Acontece que, não muito tempo depois, o Scorpions passou a experienciar o sucesso real. Lançado em 1984, o disco “Love at First Sting” consagrou a banda na América do Norte. Chegou ao 6º lugar da Billboard 200, principal parada dos Estados Unidos, e vendeu 3 milhões de cópias por lá. Antes disso, trabalhos como “Animal Magnetism” (1980) e “Blackout” (1982) já haviam se destacado no continente.
Ainda assim, naquela época, os números estrondosos de seu antigo grupo não incomodaram Roth. Conversando com o site Eonmusic, o guitarrista revelou que estava tão ocupado com os próprios projetos pessoais que deixou de prestar atenção no Scorpions.
“Nos anos 1980, eu estava na minha própria bolha criativa no sul da Inglaterra, perto de Brighton, e não percebia o que estava acontecendo nos Estados Unidos e com o rock corporativo. Sabia que os Scorpions foram bem-sucedidos, mas realmente não acompanhei nada, não ouvi nenhum dos álbuns. Era uma parte da minha vida, que naquela época, eu tinha deixado totalmente para trás.”
Complementando, o instrumentista destacou:
“Estava fazendo minhas próprias coisas, fiquei muito contente com o Electric Sun, que durou até 1985. Então, em 1986, comecei a entrar puramente no campo clássico, começando a compor para concertos e coisas do tipo, o que me deixou ocupado por muitos anos. Eu estava ainda mais distante do mainstream, e francamente, naquela época, pensando em como me sentia [em relação ao Scorpions], eu meio que ri e pensei ‘é, eles estão indo bem’, mas isso não me interessou. Talvez pareça estranho, mas eu tinha minha própria vida.”
Saída do Scorpions
Como mencionado, Uli Jon Roth optou por deixar o Scorpions devido a conflitos artísticos. Para o Rock Music Star em 2019, o guitarrista explicou o motivo por trás da saída:
“Meu tempo com a banda acabou. Comecei a fazer músicas que eu já sabia que não caberiam no âmbito da banda. E eu queria fazer outra coisa. Poderia ter continuado com o Scorpions, mas ficaria infeliz. Não importa o tamanho da conta bancária: se você não está mais feliz no palco ou em estúdio, não é algo bom. Fiquei feliz no Scorpions por muitos anos e foi tudo ótimo, mas, no fim, achei que deveria seguir em frente.”
Durante recente entrevista para o Vintage Rock Pod, transcrita pela Ultimate Guitar, o músico deu ainda outros detalhes. Novamente, pontuou a questão conceitual.
“Avisei que iria sair um ano antes, em 1977. O motivo não era pessoal, era puramente artístico. Comecei a compor músicas, como ‘Earthquake’ e outras, que eu sabia que não tinham lugar no Scorpions, elas não teriam combinado com as outras coisas […]. Fazia mais sentido para mim explorar a música de uma forma mais livre. Se eu tivesse ficado nos outros álbuns, teria seguido a mesma linha de ‘Tokyo Tapes’, mas as coisas que fiz no ‘Electric Sun’ nunca teriam sido feitas.”
Sobre Uli Jon Roth
Nascido em Düsseldorf, Alemanha Ocidental, Ulrich Roth é um dos criadores do que viria a ser conhecido como metal neoclássico, estilo que juntava o lado mais pesado do rock com a teoria da música clássica.
Após sair do Scorpions, formou o Electric Sun. Os três discos de estúdio do grupo foram dedicados a Jimi Hendrix, Anwar Sadat (presidente egípcio que tentou estabelecer a paz no Oriente Médio e acabou assassinado) e Martin Luther King Jr, em sequência.
É o desenvolvedor da Sky Guitar, instrumento personalizado, além de dar palestras musicais e filosóficas com a Sky Academy. Além de breves reuniões com a banda que o consagrou, realiza shows solo e tocou com nomes como Smashing Pumpkins e G3, excursionando com Joe Satriani e Michael Schenker.
Recentemente, precisou adiar uma turnê pela América do Norte. O motivo foi uma cirurgia para remoção de um dos rins.
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