Por que Dio e Vinny Appice saíram juntos do Black Sabbath em 1982

Baterista revelou mais detalhes sobre a briga que rachou a banda após lançamento do ao vivo “Live Evil”

A partir do fim da década de 1970, o Black Sabbath passou por incontáveis mudanças de formação. As duas primeiras foram a entrada do vocalista Ronnie James Dio, em 1979, substituindo Ozzy Osbourne; e do baterista Vinny Appice, em 1980, na vaga de Bill Ward.

O que chamou atenção, porém, é que Dio e Appice deixaram o Sabbath juntos, em 1982, com o lançamento do álbum ao vivo “Live Evil”. Em entrevista ao Ultimate Guitar, o baterista relembrou da ocasião e explicou a razão para a saída.

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Antes, Vinny se recordou das gravações do álbum “Mob Rules” (1981), o primeiro com ele na bateria. Bill Ward registrou o anterior, “Heaven and Hell” (1980), mas saiu no meio da turnê.

“Sempre diziam no Black Sabbath que eu estaria ali até Bill Ward voltar. E tudo bem para mim. Passaram-se semanas, meses, e não parecia que Bill Ward iria voltar. Fui convidado para gravar uma trilha com o Sabbath para o filme ‘Heavy Metal’ (1981), na casa de John Lennon, que tinha um estúdio. Na época, Ringo Starr era o dono, pois John havia sido assassinado. Era uma grande mansão, muito legal. Foi aí que a música ‘The Mob Rules’ foi feita. Criamos naquela época.”

Appice comentou que todos gostaram do trabalho feito por ele na faixa “The Mob Rules”. Foi quando veio a sensação de que ficaria no Black Sabbath.

“Depois disso, tiramos um tempo, depois voltamos a ensaiar e tocávamos juntos por 4 ou 5 horas. Tenho todos os riffs que Tony Iommi (guitarrista) gravava naquela época. Foi assim que concebemos o álbum ‘Mob Rules’. Nada havia sido gravado antes. Tocamos, selecionamos as partes que curtimos, Ronnie pensava nas letras e melodias, e foi isso.”

Dio e Vinny Appice deixam o Black Sabbath

Então, veio o ao vivo “Live Evil”, o trabalho que rompeu aquela formação do Black Sabbath. Existe a lendária história de que Tony Iommi e o baixista Geezer Butler acusaram Dio de entrar escondido no estúdio à noite para aumentar o volume dos vocais da gravação do disco – e Iommi e Butler realmente brigaram com Ronnie por conta disso, mas a fofoca relacionada ao cantor e seus atos “escondidos” era mentira.

Porém, Vinny Appice acredita que o fim daquela fase da banda tem outra justificativa.

“As coisas não estavam funcionando com Tony, Geezer e Ronnie. Não falo musicalmente, a música nunca foi um problema. Era mais uma questão de negócios. Não me envolvia, pois eu era apenas o cara novo ali. Eles não estavam se dando bem como no começo.”

O baterista acabou confirmando, indiretamente, que outra acusação feita por Geezer Butler era real: o baixista brigou com Dio por ele estar com um contrato para carreira solo quando ainda fazia parte do Sabbath.

“Ronnie sempre teve um acordo para carreira solo com a Warner Bros e pensava em fazer um disco com os amigos. Seria apenas um álbum, separado, por diversão. Só que como houve a briga e ele tinha o contrato, pensou em montar a própria banda.”

Uma nova banda

Então, Ronnie James Dio convidou Vinny Appice para essa nova banda.

“Tive que fazer uma escolha, pois Tony também me queria no Black Sabbath. Eu pensei: Ronnie vivia, literalmente, a poucos quilômetros de distância da minha casa na Califórnia. Seria mais fácil de trabalhar junto. Tony e Geezer estavam na Inglaterra. E aquilo era empolgante para mim: montar uma banda com um dos maiores vocalistas. Decidi aceitar a oferta de Ronnie e, no início, éramos só nós dois, testando guitarristas.”

Jimmy Bain, colega de Dio no Rainbow, foi chamado para o baixo e o jovem Vivian Campbell, para a guitarra.

“Foi assim que a banda Dio começou. Viv era incrível, Jimmy se encaixou muito bem e Ronnie decidiu que tínhamos uma banda.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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