Os 5 discos sem os quais Curt Smith (Tears for Fears) não vive

Do hard rock ao pop, passando pelo prog, o parceiro de Roland Orzabal leva o leitor em uma viagem por seu aprendizado musical

Em 2021, Curt Smith participou da sessão “5 Albums I Can’t Live Without” – “5 álbuns sem os quais não posso viver” – da revista Spin. O parceiro de Roland Orzabal no Tears for Fears se mostra uma figura eclética durante a carreira artística, o que se reflete na hora de escolher os discos homenageados.

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É curioso reparar como os trabalhos citados não apenas se baseiam em gostos, como acrescentaram algo na carreira do artista, de acordo com o próprio.

Veja a segiur.

5 discos sem os quais Curt Smith não vive

1. Alice Cooper – “Welcome to My Nightmare” (1975): “Um álbum por definição. Um trabalho conceitual. Foi a primeira vez que realmente percebi o que um álbum poderia ser. Quando eu era mais jovem, você comprava um single e depois conseguia o disco completo. Às vezes eles te decepcionavam, mas ‘Welcome to My Nightmare’ foi o primeiro que comprei e gostei. Na verdade, mesmo olhando para trás agora, ‘Only Women Bleed’, que é uma música genial, foi uma precursora de ‘Woman in Chains’. Acho que provavelmente muito disso se deveu à produção, mas acho que não percebi isso na época porque eu tinha, o que, 13 anos quando foi lançado 13, 14. Fiquei atraído por ser um álbum contando uma história mais longa e maior do que uma música de quatro minutos poderia contar.”

2. Peter Gabriel – “Peter Gabriel” (1980): “Este é da época em que o Tears for Fears realmente começou a existir. O terceiro álbum de Peter Gabriel foi a primeira vez que realmente ouvi percebendo como um disco poderia ser montado sonoramente. Tem sonoridade incrível, além da musicalidade e da composição. ‘Family Snapshot’ é minha faixa favorita. Na verdade, uma das minhas preferidas entre todas já feitas. Ela tem uma jornada. Vai de uma parte mais suave para uma parte mais difícil, além de outra realmente íntima dele quando criança. Na mesma época, surgiram ‘Remain in Light’ do Talking Heads e ‘Scary Monsters’ de David Bowie. Vou agrupá-los discretamente porque esses três foram a maior influência no aprendizado de como produzir.”

3. The Blue Nile – “A Walk Across the Rooftops” (1984): “Lembro-me de ouvir a faixa-título enquanto tomava banho em casa. Eu apenas pensei: ‘Uau, isso parece tão diferente e interessante’. Literalmente saí do banheiro, peguei uma caneta e um pedaço de papel para escrever quem era antes que me esquecesse. O álbum inteiro é fantástico. Além disso, eles fizeram tudo em casa. A produção era diferente, mas claramente não era cara. ‘Stay’ é minha favorita. Tinha uma letra realmente poderosa.”

4. Prefab Sprout – “Swoon” (1984): “São um gosto adquirido. Musicalmente, um pouco de improvisação. Eles estavam tentando ser pop, mas musicalmente estavam mais alinhados com Steely Dan do que qualquer coisa em termos de acordes e transições musicais. O conteúdo lírico foi o que mais me impressionou. Estava ouvindo ‘Don’t Sing’ esta manhã. Parece incrivelmente atual, dizendo ‘Oh, não, não culpe o México’ e ‘A negação não muda os fatos’. Acho que a maior parte do Prefab Sprout era poesia pura.”

5. The 1975 – “A Brief Inquiry Into Online Relationships” (2018): “Fiquei dividido entre isso e ‘i,i’, do Bon Iver. São meus dois favoritos dos últimos anos. Mas ‘A Brief Inquiry…’ é mais como uma jornada e liricamente é mais forte. Não sei o que Justin está cantando e sinto que não estou sozinho aí. Sou um grande fã do The 1975. Encontro muitos paralelos entre eles e nós quando éramos jovens. Eles estão tentando fazer coisas um pouco diferentes. Há músicas pop em seus discos, mas também são realmente elaborados. ‘Give Yourself A Try’ é uma história muito pessoal. ‘Love It If We Made It’ é um apelo perfeito para os dias de hoje, fala sobre a crise climática e a política na América, tudo numa música pop fantástica. Minha favorita, que obviamente diz algo sobre mim, é ‘I Always Want to Die (Sometimes)’. Eu sempre busco sons melancólicos, mas eles têm um pouco de autodepreciação, o que é verdade.”

Menção honrosa

Pink Floyd – “Wish You Were Here” (1975): “Um disco que todo jovem músico deveria ouvir. Normalmente você é encorajado a escrever os sucessos ou se encaixar em algum gênero. Primeiro, o Pink Floyd nunca fez isso. Segundo, passei por discussões intermináveis com gravadoras, especialmente com o pessoal da rádio. Eles diziam ‘é muito tempo até o vocal chegar’, ‘muito tempo até conseguirmos o refrão’. Aí você vai ouvir ‘Wish You Were Here’, que foi um álbum enorme. Acho que a razão pela qual eu adoraria incluí-lo é o principal exemplo de que você não precisa ouvir uma indústria, você pode fazer o que quiser, desde que o faça muito bem. O Pink Floyd sempre fez isso muito bem e não dava a mínima.”

Tears for Fears no Brasil?

O Tears for Fears deve voltar ao Brasil na metade do ano que vem. A informação foi veiculada pelo jornalista José Norberto Flesch em julho. Especula-se que a vinda acontece na metade de 2024.

Em se confirmando, será a sexta passagem por terras nacionais. A mais recente aconteceu em 2017, tocando exclusivamente na edição daquele ano do Rock in Rio. Anteriormente, eles haviam vindo em 1990 – no extinto festival Hollywood Rock –, 1996, 2011 e 2012.

Sobre a banda

Com mais de quarenta anos de carreira, o Tears for Fears vendeu cerca de 30 milhões de discos em todo o mundo. Seu maior sucesso aconteceu com o segundo álbum, “Songs from the Big Chair” (1985), único que chegou ao topo da Billboard 200, ganhando premiação de platina quíntupla em terras americanas.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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