O desfecho da vida de Kurt Cobain, em 1994, representou um trauma em toda a indústria. Quem acompanhava os noticiários da época, especialmente através da MTV, lembra como quase toda a cena de Seattle se calou em forma de luto pelas semanas seguintes – e um protesto pelo fato de a imprensa especializada ter tratado as crises do líder do Nirvana com certo desdém e deboche antes do ocorrido.
Também foi um momento de choque junto aos fãs, incrédulos com a situação. Mas ninguém sofreu mais que as pessoas próximas. Muitos lembram do Video Music Awards, quatro meses após o ocorrido, quando Dave Grohl, Krist Novoselic e Pat Smear receberam o prêmio de melhor videoclipe alternativo por “Heart-Shaped Box”. Eram visíveis a dor e o constrangimento.
O atual líder do Foo Fighters contou ao NME, em 2013 (resgate do Far Out Magazine), o que fez para lidar com a situação.
“Por um tempo, depois da morte de Kurt, eu não conseguia nem ouvir música. Evitava ligar o rádio por medo de ouvir algo do Nirvana ou qualquer tipo de música triste. Qualquer coisa melancólica me deixava deprimido. Escutava coisas como Ace Of Base, realmente me interessei por isso, além de outras m*rdas realmente ridículas.”
Quando a ferida começou a cicatrizar, alguns álbuns foram de grande utilidade.
“Eu tinha um disco chamado ‘A National Healthcare’ (1992), de uma banda chamada The Voluptuous Horror Of Karen Black, do qual me lembro particularmente. Foram um tipo de banda performática de Nova York e eram ótimos. Lembro-me de que ‘Teenager Of The Year’ (1994), de Frank Black, foi lançado naquela época e era muito bom. O disco ‘Orange’ (1994) do Jon Spencer Blues Explosion também saiu no período e era grandioso.”
Dave Grohl após a morte de Kurt Cobain
Foi assim que a “chave virou” para Dave, que começou a compor as músicas do primeiro disco do Foo Fighters paralelamente a um breve período na banda de Tom Petty, o The Heartbreakers.
“Então eu percebi: ‘Oh, espere, é a música que vai me curar. O que estou fazendo? Eu deveria estar ouvindo e fazendo uma música que me faria sentir melhor.’ E foi o que aconteceu.”
O álbum de estreia do Foo Fighters
A estreia do novo grupo de Grohl (que àquela altura era só ele mesmo) saiu no dia 4 de julho de 1995.
Ganhou disco de platina nos Estados Unidos e Canadá, além de ouro no Reino Unido. Vendeu mais de dois milhões de cópias em todo o mundo.
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