Quando substituiu Ritchie Blackmore no Deep Purple, em 1993, Joe Satriani se comprometeu a reproduzir nota por nota o que o britânico fazia. A situação fez com que muitos fãs se sentissem saudosos quando ele cedeu o posto temporário a Steve Morse, que ficaria com a banda pelas décadas seguintes. Porém, na turnê “Best of All Worlds” a coisa será tratada de forma diferente.
Durante a excursão ao lado de Sammy Hagar, Michael Anthony e Jason Bonham, o guitarrista não será um mero imitador de Eddie Van Halen. A ideia é respeitar os arranjos e solos originais. Porém, acrescentando características próprias.
Disse o músico à próxima edição da revista Guitar World:
“Há uma batalha mental envolvida quando se trata de causar a melhor impressão em relação ao som do maior guitarrista de todos os tempos. Tenho que parar de discutir comigo mesmo que isso não parece certo. Vou ter que passar por alguma terapia mental e aceitar que vou soar um pouco diferente.”
Em recente entrevista ao Howard Stern Show, no sistema de rádio SiriusXM, Hagar já havia deixado que a escolha por Joe se deu justamente por ele não ser um clone do saudoso colega. Satriani corrobora:
“Tenho que interpretar essas partes que Eddie escreveu, onde ele estava funcionando de forma diferente. Ele estava empurrando com essa arquitetura incrível de trabalho de acordes, como em uma música como ‘5150’, onde Sammy se escora na melodia. Então, a coisa mais estranha foi de repente não tocar a melodia e entrar primeiro no ritmo. Eddie fez isso, mas nunca pareceu estar com pressa.”
A já citada experiência com o Deep Purple contou muito na nova empreitada. Especialmente quando se trata de saber o que não deve ser feito.
“Passei pela tortura mental de tocar ‘Smoke on the Water’ e ter minha guitarra não soando como a de Ritchie Blackmore. Essa coisa na minha cabeça continuava: ‘Não está certo. Deveria ser uma Strat plugada em um Marshall’. Afetou a maneira como eu tocava, embora eu tentasse me recompor, dizendo: ‘Não importa; são as notas e o fraseado’. Mas como fã, eu queria ouvir o som certo… Esse é o caso aqui, onde quero homenagear o som, mas não quero me perder no som de outra pessoa.”
No mesmo programa mencionado acima, Joe pôde experimentar um pouco do escrutínio a que será submetido quando tentou tocar a intro de “Mean Street”, clássico do álbum “Fair Warning” (1981). O próprio reconheceu que não estava preparado.
“Eu estraguei tudo, o que doeu como um espinho, mas vou superar isso.”
Joe Satriani e G3
Além da turnê “The Best of All Worlds”, Joe Satriani realizará uma reunião do G3 original, com Steve Vai e Eric Johnson. Ainda fará um giro exclusivamente com o primeiro, na primeira vez que professor e aluno sobem ao palco apenas os dois juntos.
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