As músicas inéditas de coletânea do Kiss que nem a banda aprova

Produzidas por Paul Stanley, “Let’s Put the X in Sex” e “(You Make Me) Rock Hard” não contam com o apreço dos próprios músicos

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Disponibilizada em 15 de novembro de 1988, “Smashes, Thrashes & Hits” foi a segunda compilação de grandes sucessos do Kiss a ganhar lançamento mundial, após “Double Platinum” uma década antes. “Killers” (1982) e “Chikara” (1988) ficaram restritas a alguns territórios, assim como várias outras coletâneas feitas na pura base do oportunismo.

O tracklist sofreu alterações em algumas versões, mas o original contava com 15 faixas. As que pertenciam à formação clássica tiveram remixes e alterações. Além disso, houve espaço para um remake de “Beth”, balada do álbum “Destroyer” (1976) que foi o grande sucesso comercial da carreira da banda. A diferença é que ela teve os vocais regravados pelo então titular das baquetas, Eric Carr, substituindo Peter Criss – que não levou numa boa.

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Porém, a grande atração ficou por duas faixas inéditas. “Let’s Put the X in Sex” e “(You Make Me) Rock Hard” foram cantadas e produzidas por Paul Stanley.

A sonoridade não fugia muito do que havia sido feito no disco anterior, “Crazy Nights” (1987). No entanto, o resultado ficou abaixo da crítica até mesmo para os envolvidos.

Na biografia oficial “Por Trás das Máscaras”, Stanley, o guitarrista Bruce Kulick e o compositor Desmond Child analisaram as faixas.

“Let’s Put the X in Sex”

Paul Stanley: “X in Sex” acabou sendo uma versão de segunda classe de “Addicted to Love”, de Robert Palmer. Naquela época, estávamos trabalhando com Desmond (Child) e Diane (Warren), que são compositores brilhantes. Acho que ultrapassamos uma linha muito perigosa para o kitsch.

Bruce Kulick: Eu fiquei desapontado com a música porque tem o mesmo sabor de qualquer coisa que estivesse em voga no cenário musical da época. Nós a ensaiamos e a outra música nova, “(You Make Me) Rock Hard”, e fizemos a gravação em Nova York. Gene não participou muito. Era uma dessas épocas em que ele deixava Paul fazer qualquer coisa, porque estava muito ocupado fazendo outras. Foi engraçado! Quando tocávamos “X in Sex” na turnê acústica pelas convenções, as pessoas enlouqueciam. Musicalmente falando, ela se origina de coisas que aconteciam no fim da década de 1980.

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“(You Make Me) Rock Hard”

Desmond Child: Eu e Paul a escrevemos com Diane Warren. Gosto dela. De certa maneira foi mais uma piada. Nós dizíamos: “Essa insinuação sexual não é óbvia?”

Paul Stanley: Não gosto nada dela. É muito elaborada e kitsch. Nem sei quem tocou nessa faixa. Não foi um dos nossos momentos mais brilhantes. Foi o auge da nossa preocupação com o que outras pessoas estavam fazendo.

Bruce Kulick: Paul ficou copiando o que era popular na época. Não dá para ter orgulho dessa música.

Como a expressão foi mencionada duas vezes, vale a explicação. Kitsch é definido como “algo associado a estereótipos sociais, culturais e a um tipo de sensibilidade que se adequa ao gosto maioritário da população”. Em um significado mais popularesco, se refere a “algo de mau gosto ou sem erudição estética”.

Kiss e “Smashes, Thrashes & Hits”

Apesar dos pesares, “Smashes, Thrashes & Hits” vendeu mais de 2 milhões de cópias só nos Estados Unidos, onde faturou premiação de platina dupla – além de simples no Canadá. A partir do álbum seguinte, “Hot in the Shade” (1989), o Kiss voltaria a apostar em um som mais básico e voltado às guitarras.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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