Lá pelas tantas do show realizado nesta sexta-feira (3) em São Paulo — o segundo e último da passagem pelo Brasil —, o vocalista Damiano David fez um breve desabafo. O Måneskin estava prestes a tocar “Mammamia”, uma das poucas músicas com letra em italiano a integrar o repertório. Tomado por uma sinceridade rara nesse meio, disse: “Somos muito criticados porque não tocamos músicas em nossa língua materna. Então quer saber? Chupa meu p**, aqui vai uma em italiano”.
Críticas não são novidade para David, Victoria De Angelis (baixo), Thomas Raggi (guitarra) e Ethan Torchio (bateria). Desde seus primeiros movimentos de internacionalização, o grupo precisa lidar com comentários negativos não só de quem não gosta deles, como também de uma fatia de sua base de fãs — aqueles mais saudosistas, por exemplo, que queriam a banda tocando canções em italiano para sempre.
A reação do quarteto a todas as críticas, não importa de onde elas venham, tem sido justamente essa: “chupa meu…” você sabe o quê. É uma rebeldia controlada, mas ainda é rebeldia. Num momento onde vertentes mais clássicas do rock estão ficando quadradonas — o que tem feito o estilo sair cada vez mais do mainstream —, o Måneskin exala frescor. E isso ajuda a explicar todas as conquistas obtidas até aqui.
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Não é uma banda perfeita, há de se combinar. O discurso às vezes chega desalinhado. Gera questionamentos. Uma banda “antissistema” patrocinada pela Gucci? Um grupo que discute igualdade de gênero ao mesmo tempo em que a imagem de sua baixista é fortemente explorada? Um quarteto que, sim, utiliza-se de algumas controvérsias — voluntariamente ou não — para gerar repercussão? Só que nem tudo é perfeito. Quem está esperando todas as lacunas preenchidas em um grupo cujo integrante mais velho (Damiano David) tem 24 anos, certamente, precisa ajustar seus ponteiros.
Dadas as condições, o Måneskin já fez bastante. Quem assistiu à sua apresentação no Espaço Unimed, mesmo local que os recebeu em 2022 — novamente produzida pela Mercury Concerts num golaço da empresa e mais uma vez com ingressos esgotados —, sabe disso e pôde tirar a prova.
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Plateia ensurdecedora
O repertório trazido pelo Måneskin ao Brasil segue os moldes do que já vinha sendo apresentado com sua “Rush! World Tour”, giro que promove o álbum “Rush!” (2023). Quem ouve o disco de forma atenta, provavelmente, estranha a banda que sobe ao palco de início. O som é bem mais pesado e redondo ao vivo do que em estúdio, onde o grupo parece ter que se adequar a padrões mais radiofônicos.
O resultado? Gritos ensurdecedores desde o início. Foram raras as vezes que vi um público tão barulhento como o dos italianos. Em “Don’t Wanna Sleep”, a plateia quase engoliu o quarteto; conseguiria se o som fosse menos consistente. Mas a banda não deixa — e disposta a “vencer” essa batalha imaginária, emenda a dançante “Gossip” (gravada originalmente com Tom Morello) e a pesada “Zitti e Buoni”.
A essa altura, há tantas calcinhas e sutiãs sendo atiradas no palco que Damiano David se torna uma filial do saudoso Wando. Ele dá um pequenino intervalo para o primeiro diálogo com o público. Diz que aquele é o último show antes de a banda dar uma pausa e que sentirá falta da energia dos palcos. Quase dramático, já que o grupo retorna aos palcos no próximo dia 20, na Austrália.
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A recém-lançada “Honey! (Are You Coming?)” veio na sequência e a reação foi menos calorosa que às três primeiras, mas ainda com bastante intensidade. Por falar em temperatura (ainda que agora de forma literal), a chili-pepperiana “Supermodel” foi introduzida com uma justa menção de David ao calor do Espaço Unimed, cujo sistema de ar condicionado nunca funciona direito: “Esse lugar é quente. Sabe o que mais é quente? Supermodelos”. Lembre-se: são garotos de 22 a 24 anos, não dá para esperar profundidade. Espere apenas diversão.
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Enjoados só de falar do hit, não de tocar
A primeira balada do set, “Coraline”, é a melhor canção do Måneskin neste formato. Especialmente por não ser uma power ballad convencional: há uma parte instrumental pesada em seu miolo. Na sequência, recordes de celulares levantados ao som de “Beggin’”, releitura do Four Seasons que consagrou a banda mundialmente. Antes, Damiano David comenta: “estamos enjoados de falar sobre essa música, mas não de tocá-la”. Que bom. Ainda que o grupo não se resume a este cover, seria estupidez renegá-lo.
Sob coros de “Victoria gostosa”, “Damiano gostoso” e “Thomas gostoso” — não deu para distinguir se também gritaram para Ethan —, foi executada “The Driver”, música que será disponibilizada apenas na próxima sexta-feira (10), como parte da versão expandida de “Rush!”. Canção meio confusa, o que talvez justifique sua ausência do álbum principal, mas ainda interessante.
A plateia volta a gritar recados, mas desta vez com um pedido: queriam ouvir “Baby Say”, música ausente em toda a etapa latino-americana da turnê. O grupo até tentou tocá-la, mas Victoria não se recordava da linha de baixo, então, ficou pela metade. Já estava bom. A partir daqui, há duas das melhores canções da noite; não por acaso, duas das mais pesadas: “For Your Love”, com seu groove sensacional e num raro momento onde a iluminação joga a favor, e “Gasoline”, dona de uma abordagem tão intensa que é difícil não se sentir compelido a gritar o refrão em coro.
Refrão este que, vale destacar, é a única coisa pré-gravada do show. Em tempos de exagero nas backing tracks, o Måneskin fez tudo ao vivo. E já que coube menção à iluminação, também é importante pontuar: não há qualquer elemento visual no palco fora luzes e gelo seco. Os italianos não recorrem a belas decorações para entreter seu público. No fim das contas, um bom show de rock and roll não precisa disso. Às vezes é legal, mas não é imprescindível. Mais um sinal de que, desalinhamentos à parte, eles são de verdade.
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Exagerados
Uma pausa de aproximadamente cinco minutos se fez necessária para que Damiano David e Thomas Raggi ocupassem o minipalco montado no centro da pista para um breve set acústico. “Vent’anni”, nesta etapa latino-americana da turnê, foi executada exclusivamente no Brasil no lugar de “Timezone”. Boa escolha, já que se trata de uma bela canção — e, veja só, com letra em italiano.
Raggi troca o violão pela guitarra e se prepara para executar a grande surpresa do repertório no país: uma versão para “Exagerado”, sucesso de Cazuza. David explicou:
“Tentamos fazer um cover especial em cada cidade. É sempre muito difícil achar uma música diferente pra aprender e dessa vez foi mais complicado, pois não falo nada de português. Mas aprendi algumas, as mais fáceis: obrigado e… (insira alguns palavrões aqui).”
Não estava tão bem ensaiado entre voz e guitarra, mas valeu a tentativa. Damiano foi modesto: como o idioma italiano não é tão distante do português, sua interpretação da letra ficou bem próxima da original.
A seguir, outros cinco minutos (talvez menos) de intervalo para David e Raggi retornarem ao palco principal. Desta vez, com som: Victoria De Angelis e Ethan Torchio ofereceram um instrumental no baixo e bateria onde ambos desfilam seus talentos. Aliás, é importante reforçar: cada integrante sabe perfeitamente o que está fazendo com seu instrumento. A banda é tecnicamente impecável. Basta seguir a lógica: não fossem tremendamente competentes, não estariam se apresentando por aí em um formato tão “seco”, em trio instrumental. Em quase nenhum momento sente-se falta de teclados, guitarra rítmica ou mesmo backing vocals, já que a voz rasgada e intrigante de Damiano é a única a ocupar algum microfone no palco.
“I Wanna Be Your Slave”, que entrou na sequência, mostrou tudo isso. Estendida em seu miolo, a atrevida e swingada canção ofereceu destaque a todos os membros de alguma forma. Aqui, pede-se que os fãs se abaixem para, ao sinal de Damiano, pularem juntos. Não foram muitos que realmente cederam os joelhos, mas na hora da “volta”… catarse coletiva.
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“Tá aqui o seu italiano”
A temática “idioma italiano” foi abordada em duas diferentes situações. Na primeira, de forma mais leve, precedendo “Mammamia”. Damiano David brincou que esta é a única palavra na língua que todos conhecem. A canção ganha peso ao vivo, mas é um dos pontos fracos do set. O empenho do vocalista em seguir empilhando calcinhas e sutiãs em seu pedestal chamou mais atenção do que a faixa em si.
Já a segunda foi justamente o desabafo que abriu este texto. Ocorreu entre “Lividi Sui Gomiti” e “In Nome Del Padre”, duas das cinco canções em italiano que rolaram no show. Durante ambas, chamou atenção os vocais mais “rap”, ainda que em instrumentais de peso — especialmente na segunda mencionada. É uma pena que o mercado internacional (leia-se Estados Unidos) não receba tão bem canções que não sejam em inglês, já que as duas aqui destacadas são ótimas.
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Por incrível que pareça, os momentos menos interessantes do show do Måneskin estão no final. “Bla bla bla” é tão sem graça quanto ouvir um blá-blá-blá, enquanto “Kool Kids” só fica interessante porque é quando a banda reúne diversos fãs no palco. Tinha de tudo, inclusive uma moça com os seios de fora, efusivamente abraçada por Victoria De Angelis em determinado momento.
O retorno para o bis se dá com um solo de guitarra bem executado por Thomas Raggi que precede “The Loneliest”, balada adorada pelos fãs, mas que não tem a mesma classe de “Coraline”. Felizmente, o encerramento definitivo ficou a cargo de outra execução de “I Wanna Be Your Slave”, agora em versão estendida e novamente com o “número” de fazer todo mundo abaixar para pular em seguida. Desta vez, mais fãs se abaixaram; já quanto à catarse coletiva, nada mudou.
Måneskin em habitat natural
Será difícil convencer um hater de Måneskin a conferi-los em seu habitat natural: no palco. Especialmente no Rock in Rio 2022, quando engoliram o tedioso show do Guns N’ Roses, foi comum ouvir pessoas admitindo que não gostavam do grupo italiano, mas que acabaram convencidas por sua apresentação ao vivo. Num contexto de festival, é mais fácil “converter” essa fatia do público.
Mas que se danem os haters. Quem chega ao ponto de odiar banda em pleno 2023 talvez nem merecesse atenção. Individual e coletivamente, o grupo funciona. Oferece um hard rock por vezes atrevido e sempre redondíssimo em cima do palco. Acertam até mesmo na escolha do repertório, já que a maior parte das músicas é bem-sucedida em mostrar seus talentos. Em termos de som, que é o que importa, praticamente não há lacunas ou fragilidades.
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Pode não parecer às vezes, mas o Måneskin é de verdade. Uma banda fabricada não conseguiria proporcionar uma noite tão boa de rock and roll como a da última sexta-feira (3). Ainda estão na fase de ceder a alguns caprichos da equipe de marketing das empresas interessadas em seu trabalho, mas quase toda grande banda do gênero passou por isso em algum momento. Afinal de contas, é preciso algo além de talento para fazer sucesso numa escala como essa. Mas o principal ainda é o talento; algo que o Måneskin, de fato, tem.
*Fotos de Jeff Marques. Mais imagens ao fim da página.
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Måneskin – ao vivo em São Paulo
- Local: Espaço Unimed
- Data: 3 de novembro de 2023
- Turnê: Rush! World Tour
Repertório:
- Don’t Wanna Sleep
- Gossip
- Zitti e Buoni
- Honey! (Are You Coming?)
- Supermodel
- Coraline
- Beggin’ (cover do Four Seasons)
- The Driver
- Baby Said (trecho)
- For Your Love
- Gasoline
- Vent’anni (acústico, Damiano e Thomas)
- Exagerado (cover de Cazuza, Damiano e Thomas)
- Solo de baixo e bateria + I Wanna Be You Slave
- Mammamia
- Lividi Sui Gomiti
- In Nome Del Padre
- Bla Bla Bla
- Kool Kids
Bis:
- Solo de guitarra + The Loneliest
- I Wanna Be You Slave
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