Como o Metallica ficou mais comercial no “Black Album”, segundo Jason Newsted

Para ex-baixista, álbum homônimo de 1991 representa movimentação natural para uma banda que não queria tocar apenas "metal veloz"

Conhecido como “Black Album”, o disco homônimo do Metallica vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo. O trabalho lançado em 1991 é o mais comercializado das últimas três décadas em qualquer gênero musical, de acordo com levantamentos dos órgãos que monitoram as movimentações da indústria.

Há motivos para isso. Aqui o grupo deixa de lado algumas de suas influências mais pesadas para explorar um som considerado mais comercial.

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Durante entrevista de 2021 ao canal Rock Antenne (via Blabbermouth), Jason Newsted reforçou a ideia de que a sonoridade alcançada no “Black Album” não foi algo consciente. De acordo com o baixista, foi apenas o passo natural nos quatro anos que separaram o disco de seu antecessor, “…And Justice For All”. 

Ele afirma:

“Como James (Hetfield, vocalista e guitarrista) já comentou em outras oportunidades, estávamos ouvindo bandas como Kyuss, Black Sabbath e Corrosion of Conformity, que fazem um som bem diferente do metal veloz a todo momento. Não dava para continuar naquele formato acelerado e longo a vida toda. Pegamos toda essa força e ajustamos de volta, engaiolamos, comprimimos literal e figurativamente para fazer com que tivesse aquele peso, apenas esperando para explodir.”

De acordo com Newsted, repetir o som dos primeiros discos já não representava um desafio para os músicos, que àquela altura haviam provado suas capacidades em tal fórmula. E a ajuda do então novo produtor foi fator preponderante.

“Bob Rock nos guiou em direção ao que buscávamos. Com sua parceria as coisas se ajeitaram em seus devidos lugares.”

Sem desconforto

Jason Newsted também deixou claro que as mudanças sonoras não representaram qualquer tipo de desconforto para ele ou para o Metallica. 

“Amei ‘Sad But True’ desde o começo. ‘Nothing Else Matters’ derrubou muitas barreiras e permitiu que apresentássemos músicas como ‘Creeping Death’ para uma audiência maior. Não teria como acontecer o contrário. E digam o que quiser, mas é uma grande canção”. 

Metallica, Jason Newsted e “Black Album”

Recentemente, Jason Newsted se envolveu nas celebrações de 30 anos de “Metallica”, o álbum. O baixista deu entrevistas e registrou o vídeo do unboxing da edição especial lançada pela banda. 

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. ”O trabalho lançado em 1991 é o mais comercializado das últimas três décadas em qualquer gênero musical, de acordo com levantamentos dos órgãos que monitoram as movimentações da indústria.”
    Isto é incrivel.

    Ouvi esse disco em vinil, a 1ª vez inteiro lá para meados do ano 1993, através de uma prima, que havia ganhado de presente. Na época, o formato em CD ainda não tinha dominado completamente o mercado.

    O Nirvana explodiu o grunge no mundo, com Nevermind lançado em setembro/1991, ou seja, diferença de 1 mês após o lançamento do Black Album. Mesmo assim, tal disco do Metallica conseguiu sobreviver, porque ambos (o grunge e eles) tem certas elementos em comum, realmente. Não por acaso, o próprio James Hetfield cita que o surgimento do grunge foi importante para muitos voltarem a ”realidade”.

    Não sou um grande fã nem de Nirvana/grunge nem do Metallica, mas ambos gravaram algumas coisas boas. Esse Black Album, o ”And Justice for all”, que contém ”One”, o ao vivo Live Shit: Binge & Purge, o
    Garage Inc com covers, e os 2 Load/Reload, escuto inteiros ainda hoje. Já o ”Master of puppets” nem preciso citar, porque é um clássico absoluto do metal.

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