RATM, Brian Eno, Bikini Kill e mais: Musicians for Palestine pede cessar-fogo em Gaza

Carta aberta conta com mais de 4 mil assinaturas e traz menção ao educador e filósofo brasileiro Paulo Freire

Rage Against the Machine, Mogwai, Pulp, Sleater-Kinney, Bikini Kill e Brian Eno estão entre os quatro mil nomes que assinaram documento pedindo o cessar-fogo imediato em Gaza. Sob a bandeira coletiva Musicians for Palestine (Músicos pela Palestina), os artistas assinaram uma carta aberta apelando à cessação das hostilidades na região.

O texto faz uma menção ao educador e filósofo brasileiro Paulo Freire.

- Advertisement -

Diz o manifesto:

Não podemos ficar em silêncio.

Este é o momento da verdade para milhões de pessoas em todo o mundo que prezam a dignidade humana e, como músicos, não somos exceção. Defendemos a vida, o amor, a justiça e a paz. Lamentamos com todos na Palestina/Israel que perderam entes queridos. Compartilhamos sua tristeza e sua dor.

A catástrofe humana em curso para 2,3 milhões de palestinos em Gaza, metade deles crianças, é “um caso clássico de genocídio”, nas palavras tanto do proeminente estudioso israelense sobre genocídio baseado nos EUA, Raz Segal, quanto do ex-funcionário de direitos humanos da ONU, Craig Mokhiber.

Não podemos ser neutros diante de tal injustiça.

Não podemos ficar calados, pois 17 anos de bloqueio israelita, agora um “cerco total”, tornaram Gaza extremamente inabitável. Quase toda a sua água é imprópria para consumo humano. Seu sistema de saúde entrou em colapso em grande parte. A maioria das suas crianças estão anémicas, muitas delas sofrendo de desnutrição grave.

Como músicos, elevamos a voz dos oprimidos. Condenamos veementemente a opressão em todas as suas formas, tal como condenamos os danos causados aos civis, sem hesitação, independentemente da sua identidade. Como nos lembra o filósofo emancipatório brasileiro Paulo Freire, para acabar com toda a violência devemos trabalhar incansavelmente para acabar com a sua causa raiz, a opressão.

Não podemos ficar calados após 75 anos de ocupação militar de Israel e do sistema de apartheid contra os palestinianos – como descreveram as principais organizações internacionais, palestinianas e israelitas de direitos humanos.

Mantemo-nos firmes contra todas as formas de racismo, incluindo o antinegritude, o antissemitismo, a islamofobia, o racismo antiárabe e antipalestiniano. Aqueles que desumanizam, demonizam ou culpam coletivamente comunidades ou povos inteiros só podem impedir a nossa libertação coletiva.

Falamos juntos em solidariedade com a luta do povo palestiniano pela liberdade, justiça e igualdade de direitos. Defendemos a liberdade dos ativistas e artistas de base em todo o mundo para defenderem e se envolverem em meios pacíficos para alcançarem a responsabilização, combaterem a injustiça e perseguirem a liberdade, uma paz justa e a dignidade.

Não podemos ficar em silêncio. Inspiramo-nos nos Artistas Contra o Apartheid que ajudaram a acabar com o apartheid na África do Sul. Recusamo-nos a permitir que a nossa música seja usada para encobrir a opressão e as violações dos direitos humanos em qualquer lugar. Insistimos que todos os governos parem de enviar armas e financiamento militar a Israel e a qualquer outro Estado envolvido em crimes contra a humanidade.

Hoje, exigimos um cessar-fogo imediato e ajuda humanitária em Gaza, e o fim do cerco. No dia seguinte, a nossa visão de um futuro justo e pacífico para todos deverá ser a nossa tarefa mais urgente. Pedimos a todos que compartilham essa visão que se juntem a nós.

A lista de todos que assinaram o texto pode ser lida aqui.

De acordo com os últimos números do Euro-Med Human Rights Monitor, mais de 16 mil palestinos – incluindo cerca de 6.911 crianças – foram mortos nas últimas seis semanas. Os ataques a Gaza ocorreram na sequência dos ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro, nos quais mais de 1,4 mil pessoas perderam a vida.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioNotíciasRATM, Brian Eno, Bikini Kill e mais: Musicians for Palestine pede cessar-fogo...
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades