Andreas Kisser ressaltou, em diversas ocasiões, como o Brasil é um país único, com “uma riqueza musical absurda”. Entre tantos artistas locais, o guitarrista do Sepultura acredita que uma banda específica é a maior de todas.
Durante entrevista ao Canal da Ludy (via RockBizz), o músico elegeu o Titãs como o grupo nacional mais grandioso. Para justificar a escolha, citou o álbum “Cabeça Dinossauro” (1986) e a maneira que o disco não só o influenciou, como também quebrou certos paradigmas gerais.
“Para mim, o Titãs é a maior banda deste país, principalmente ‘Cabeça Dinossauro’, que me abriu muito a cabeça para escutar outras sonoridades e estilos, numa época em que eu era mais radical, só escutava o lance do heavy metal. O disco mostrou uma maneira diferente de ser pesado, de ter intensidade, não necessariamente sempre usando a distorção. Para mim, o disco é uma obra-prima, e eu tive o privilégio de tocar com o Titãs várias vezes.”
Diante de tanta admiração, Andreas esteve presente em um dos shows finais da turnê de reunião “Titãs Encontro – Pra Dizer Adeus”, no Allianz Parque, em São Paulo. Por isso, na mesma conversa, fez questão de elogiar a série de apresentações e a performance de “Polícia”.
“É legal ver a versão da música ‘Polícia’ que eles fazem hoje, que é muito influenciada pelo Sepultura. Eles são os meus irmãos, eu os conheço há muito tempo. As nossas famílias se conhecem. É um respeito profundo e uma admiração eterna. Para mim é sempre emocionante estar com eles, principalmente num show como esse, celebrando uma história maravilhosa e muito merecida.”
Andreas Kisser e “Cabeça Dinossauro”
Essa não foi a primeira vez que Andreas Kisser destacou a importância do “Cabeça Dinossauro” para a sua vida. Ao participar em 2017 do programa “O Som do Vinil”, apresentado pelo baterista do Titãs, Charles Gavin, o guitarrista do Sepultura comentou (via Whiplash):
“O ‘Cabeça Dinossauro’ abriu a nossa cabeça nos melhores sentidos. E o Titãs dava orgulho por ser uma banda brasileira com aquela pegada, nós fomos gravar o ‘Beneath the Remains’ nas Nuvens [estúdio] por causa do ‘Cabeça Dinossauro’.”
Titãs e Sepultura
A relação entre as duas bandas brasileiras é antiga. Também durante o programa “O Som do Vinil” em 2017, Charles Gavin relembrou um episódio curioso do passado envolvendo ambos os grupos.
Como contou o baterista do Titãs, os integrantes do Sepultura assistiram ao ensaio do show de lançamento do álbum “Jesus Não Tem Dentes No País dos Banguelas” (1987) e ainda levaram de presente o vinil de “Schizophrenia” (1987).
“Andreas, Paulo, Max e Igor foram no ensaio de tarde e no show de noite e levaram este LP pra mim que eu tenho até hoje. E vou ler aqui o que Max [Cavalera] escreveu em nome da banda, em nome de vocês: ‘Tudo de realmente bom pra vocês [pros Titãs] pois vocês merecem. Um dia nós chegamos lá. Valeu pela força, nunca vamos esquecer’.”
Anos mais tarde, em 1994, o Titãs abriu alguns shows do Sepultura. Nas palavras de Sérgio Britto, a experiência não foi tão proveitosa, devido ao desrespeito do público, como revelou ao canal Inteligência Ltda.
“Fizemos poucos shows na América Latina. Tocamos na Argentina algumas vezes. Nunca levamos a sério isso de querer uma carreira latina. Já tentamos. Abrimos também para o Sepultura, que foi o maior desastre da nossa carreira! Foi constrangedor. Entramos no palco e começou uma chuva de cuspe na gente! Eles estavam para ver uma banda estilo gringo. No dia seguinte, o pessoal do Sepultura pediu para o público parar de cuspir na gente. Pediram respeito! Lembro que o Marcelo Fromer ficou puto demais. Ele queria matar os caras! Estava indignado! Foi uma prova de fogo. No segundo dia, tivemos que encarar de novo aquilo.”
Vale destacar que, mais recentemente, em outubro, Paulo Miklos participou da segunda edição do festival beneficente Patfest, idealizado por Andreas Kisser com o intuito de celebrar o legado de sua saudosa esposa Patrícia. Já na semana passada, nos últimos três shows do Titãs realizados no Allianz Parque, na capital paulista, Gavin apareceu usando diferentes camisetas do Sepultura no palco.
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Concordo plenamente com o mestre, sepultura na formação original e titãs são muito fodas.
Cada um tem sua própria opinião, inclusive quanto a definir a ‘melhor banda’ do pais.
Já essa parada de Sepultura na ‘formação original’, isso não existe. A formação orginal é o que é, há anos. Seria tão ridiculo quanto dizer que a ‘formação original’ do Maiden é com Paul Di’Anno, ou do Black Sabbath com Ozzy ou com Dio.
Saudosismo por um cara que não queria mais estar no Sepultura. A fila andou. Quem segurou o B.O. quem manteve a banda viva foi o americano Derrick Green, que inclusive está há mais tempo na banda do que o outro. kkkkk
Discordo muito.
Secos & Molhados, Novos Baianos Mutantes, Chico Science, Titãs, Sepultura…quanta banda boa no país.
Top!!!