Como Mick Jagger preparou Joe Satriani para tocar Van Halen

Na banda solo do cantor, guitarrista não imitou Keith Richards, caminho que seguirá em relação a Eddie

Desde o anúncio da turnê “The Best of All Worlds”, uma questão ronda a cabeça dos fãs de Joe Satriani. Afinal de contas, o guitarrista respeitará o que foi criado por Eddie Van Halen ou acrescentará seu próprio estilo às músicas ao tocar com Sammy Hagar, Michael Anthony e Jason Bonham?

A resposta é um pouco de cada opção. Em entrevista à Rolling Stone, o instrumentista ofereceu uma perspectiva a partir do trabalho que o revelou ao mundo: quando entrou para a banda solo de Mick Jagger, em 1988.

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“Foi totalmente inesperado quando eu consegui aquela vaga. Logo pensei: ‘Oh, não toco como Brian Jones, Keith Richards e todos esses grandes músicos que fizeram parte dos Rolling Stones’. Acabei dizendo a Mick um dia, durante o ensaio: ‘Eu não toco como nenhum desses caras. O que você quer que eu faça? Quão perto você quer que eu chegue?’. E ele disse: ‘Oh, esqueça isso. Basta entrar na música e fazer o que você quer. Isso é tudo’. Ele não estava me procurando para substituir nada, a menos que achasse que realmente havia a necessidade.”

Sendo assim, Satch adotou a postura que terá na tour de 2024: mexer apenas no que entender apropriado. Ainda assim, adicionando sua marca registrada.

“Quando você toca ‘Sympathy for the Devil’, não dá para tirar aquele ótimo solo de Keith Richards da cabeça. Mas dá para brincar com ele, experimentando outras coisas. Acho que o que descobri em 1988 foi que se você citar os momentos mais importantes da música, o público entende e se torna receptivo à sua abordagem ao tocá-la.”

Consciência de Joe Satriani

Sendo assim, não temam fãs, Joe tem total noção de onde está se metendo e o que precisa levar em consideração.

“Ter a sorte de tocar uma música que realmente teve um grande impacto na sociedade ao redor do mundo, que realmente afetou a cultura, é uma experiência extra. Aprendi isso quando excursionei com Jagger e toquei músicas dos Rolling Stones que todo mundo conhece. E o catálogo de Sammy Hagar, que inclui coisas de Van Halen, material solo, Chickenfoot e Montrose, é realmente enorme. E muitos dos sucessos têm essa qualidade. Tem sido a trilha sonora da vida das pessoas.”

Mick Jagger solo

Além do virtuoso, participaram do grupo que acompanhou Mick o guitarrista Jimmy Rip (atual Television), o baixista Doug Wimbish (futuro Living Colour e Tarja), o baterista Simon Phillips (Judas Priest, Toto, MSG e vários outros), o tecladista Phil Ashley (ex-Kiss e Aerosmith) e os backing vocals Bernard Fowler (que segue até hoje com os Stones) e Carol Kenyon.

Joe Satriani no Deep Purple

Além de Jagger, Joe Satriani também foi o primeiro substituto de Ritchie Blackmore na segunda vez que o guitarrista deixou o Deep Purple. À época, o guitarrista optou por ser fiel aos arranjos originais de uma forma que nem o próprio ídolo costumava fazer.

Convidado a permanecer em definitivo, recusou para se manter um artista focado no trabalho solo, dando lugar a Steve Morse.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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