Josh Homme é uma cria do punk rock. Isso fica ainda mais claro em artigo escrito pelo vocalista e guitarrista do Queens of the Stone Age para a revista Spin em 2003.
O músico listou 9 álbuns que estão entre seus favoritos. Há muitas histórias ligadas ao Kyuss, sua banda anterior, com direito a deixar claro que ele não era o “cara metal” do grupo.
Os álbuns favoritos de Josh Homme em 2003
Jackson Browne, “Running on Empty” (Asylum/Elektra, 1977): “Descobri ‘Running on Empty’ quando tinha oito anos. Era um elo com meu pai, e ainda é. Eu estava interessado no fato de que tudo gira em torno da estrada. É como a escola do hard rock, só que não é hard e não é rock. Lembro-me das centenas de vezes que ouvi isso e percebo que também fui amaldiçoado a viver na estrada. Mas é uma bela maldição.”
Vários Artistas, “Eastern Front, Vol. II” (Enigma/Eastern Front, 1982): “Esta é uma compilação de punk-rock ao vivo. Tem Lewd e Channel 3. Gostei tanto que acabei comprando duas vezes. Gostei muito da capa, que era parecida com a famosa foto de Iwo Jima, mas com a bandeira americana substituída pelo Sol Nascente. Eu cresci perto de Palm Springs, Califórnia, havia uma loja de discos chamada Record Alley, que vendia qualquer coisa. Quando você comprava algo lá, parecia seu segredinho, já que talvez fosse o único exemplar que eles haviam encomendado.”
G.B.H., “City Baby Attacked by Rats” (Clay, 1982): “Junto com Never Again do Discharge, isso para mim é muito melódico, mas mais pesado que o heavy metal. Era pesado e rápido, a produção tão crua que eu sabia que era real. Você sabe, eu nunca ouvi metal. Quando eu estava no Kyuss, as pessoas presumiam que gostávamos do Black Sabbath, mas eu realmente não tinha ouvido essas bandas. Eu seguia as regras do punk rock – você não pode ouvir mais nada. Queria poder afirmar que nunca tinha ouvido a música que supostamente me influenciou.”
Black Flag, “My War” (SST, 1983): “Uma das coisas das bandas do selo SST é que cada uma soava completamente diferente da outra. Isso realmente permeou a nossa cena. Se você soasse como qualquer outra banda da nossa cidade – ou de qualquer outra cidade – era ridicularizado. Tornou-se uma busca infernal por originalidade. Eu adorava ‘Jealous Again’ e ‘Damaged’ do Black Flag, mas foi ‘My War’ que realmente resumiu a abordagem do Kyuss ao punk.”
Nirvana, “Bleach” (Sub Pop, 1989): “Em 1989, parecia que o punk rock tinha morrido. Senti que o Nirvana estava continuando de onde Black Flag e G.B.H haviam parado. Lembro-me de pensar que não queria que minha banda soasse como o Nirvana porque eles colocaram a régua muito alta. Eu não queria chegar muito perto.”
Iggy Pop, “Lust for Life” (RCA, 1997): “Eu ouvi ‘Lust for Life’ e isso realmente me fez abandonar o Kyuss. Ouvi-o obsessivamente durante dois anos e meio. No final pensei: ‘Existem muitas bandas por aí e se quiser saber o que tenho a dizer, basta ouvir este disco. Está tudo aqui.’ Eu meio que retrocedi com Iggy Pop e, eventualmente, cheguei ao ‘Raw Power’ dos Stooges, que ainda considero o disco com o som mais louco de todos os tempos. Pegue qualquer banda que diga que é crua, toque ‘Raw Power’ e eles soarão como os maiores maricas de todos os tempos.”
Can, “Cannibalism 1” (Spoon/Mute, 1978): “Comecei a escrever esse material angular e robótico de guitarra e passei a me perguntar se alguém já havia feito isso antes. Foi assim que descobri o Can. O baterista deles era direto e descolado, eles tocavam uma nota por seis minutos, o que percebi ser realmente difícil de fazer. Costumava ser desanimador descobrir que alguém já tinha feito algo que eu estava fazendo, mas neste momento da minha vida, eu só queria fazer coisas que gostasse. Portanto, ouvir Can revitalizou a busca. Foi como um endosso.”
Björk, “Homogenic” (Elektra, 1997): “Foi aqui que percebi: ‘Uau, na era moderna da música, você pode ter uma sinfonia de 53 peças, alguém tocando taças de champanhe e um cara tocando uma flauta nasal e ainda pode soar lindo. Gêneros não significam nada.’ Isso realmente fez nos esforçarmos no Queens of the Stone Age.”
Ween, “Chocolate and Cheese” (Elektra, 1994): “Acho que o Ween é muito subestimado. Eles têm uma arrogância casual e um desrespeito pelos gêneros. ‘Chocolate and Cheese’ tem muitos saltos ecléticos e esquizológicos nas composições, mas nunca diz ‘Estamos apenas brincando’. Eles costumavam estar na gravadora Elektra com o Kyuss. Tínhamos essa filosofia de ‘Vamos pegar todo o dinheiro que eles nos derem’.”
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