A despeito de ser muitas vezes lembrados por polêmicas ou por seu amor incondicional aos aspectos comerciais da indústria, Gene Simmons também é um grande entendedor de música. Um dos líderes do Kiss, o baixista e vocalista pode se orgulhar de ter grande conhecimento sobre o tema, o que costuma demonstrar com facilidade.
Como em 2014, quando participou do programa radiofônico “Celebrity Shuffle”. Como o nome denuncia, a atração convida figuras públicas a elaborar uma playlist com suas canções favoritas, além de contar algumas histórias.
Eis as escolhas do linguarudo – que as colocou em ordem cronológica – conforme resgate do American Songwriter:
1. “Sleep Walk”, Santo & Johnny (1959): “O início dos anos 60 foi uma época peculiar porque, ao mesmo tempo, a rádio estava a descobrir como tocar rock and roll, que ainda estava na sua infância. De vez em quando você ouvia números instrumentais muito bizarros de grupos que vinham apenas com uma música, como o The Tornados. Paralelamente, essas bandas instrumentais faziam música para ‘Watch Girls Bye-Bye’, a geração Bob Crewe. Os instrumentais eram grandes.”
2. “Baby Workout”, Jackie Wilson (1963): “Jackie Wilson foi um dos modelos mais proeminentes para cantores principais. Não haveria ninguém sem Jackie Wilson. Era uma figura tão importante que havia músicas escritas sobre ele. Um cara muito acrobático, conseguia fazer espacates e pular bem antes de James Brown aparecer e começar a fazer essas coisas. Usava uma big band tocando com uma verdadeira formação pop.”
3. “Concrete and Clay”, Unit 4 + 2 (1965): “Unit 4 + 2 era uma banda inglesa que tinha influências muito estranhas: bossa nova, meio cha-cha, batidas sul-americanas com toques de jazz. Havia melodias muito no estilo dos Beatles contra uma estrutura que desafia a lógica.”
4. “Friday On My Mind”, The Easybeats (1966): “Quando ouvi ‘Friday On My Mind’ da Easybeats pela primeira vez, não sabia que haveria uma conexão com o AC/DC. Os dois caras da banda, Harry Vanda e George Young, o Flash and The Pan. Mas o Easybeats tinha uma música maluca, certamente não baseada no blues. Logo antes do refrão dessa, os acordes se movem da mesma forma que as notas.”
5. “Love’s Theme”, Barry White and Love Unlimited Orchestra (1974): “Barry White, no auge de sua popularidade, não estava apenas indo por aí e vendendo ingressos para mulheres que claramente estariam desmaiadas com um homem que estava se aproximando dos 300 quilos e ainda assim tinha a voz de uma estrela pornô por telefone: ‘Sim, querida, você sabe que quer’. Ele quase não cantava as músicas, mas antes do rap, antes de qualquer coisa, esse cara determinou o formato. Produziu seus próprios discos, muitas vezes escreveu as próprias músicas e, na verdade, cresceu como Jackie Gleason – mas isso é outra história – e era um maestro.”
6. “Magic”, Pilot (1974): “Uma joia do período intermediário da música inglesa. O grupo tinha um grande álbum que eu conhecia e depois disso desapareceram, mas essa música combina todas as melhores coisas do pop britânico – ótimas composições, excelente produção de Alan Parsons, que viria a formar sua própria banda chamada Alan Parsons Project. E o engenheiro era um cara chamado Mike Stone, que mais tarde trabalharia com o Kiss e com Paul Stanley em alguns de seus projetos, incluindo uma banda chamada New England.”
7. “Goin’ Blind”, Kiss (1974): “’Goin’ Blind’ foi uma música que escrevi com meu colega de escola Stephen Coronel. Naquela época eu não pensava muito em letras e não tenho ideia de porque me sentei e escrevi uma letra assim. Era sobre um cara velho. Lembro-me de um filme chamado ‘O Velho e o Mar, de Hemingway’, e minha visão disso era o velho e uma sereia.”
8. “Runnin’ with the Devil”, Van Halen (1978): “Eles eram a banda de abertura para a atração principal nos clubes. Fui aos bastidores e imediatamente convenci a banda, Eddie [Van Halen], Alex [Van Halen] e [David Lee] Roth que não deveriam assinar com um cara da empresa fabricante de iogurte que iria apoiá-los. Levei-os para Nova York e produzi sua demo nos estúdios Electric Lady. Trabalhamos tentando descobrir qual arranjo funcionava e o que não funcionava. Escolhemos 15 músicas, elas foram gravadas em 24 faixas.”
9. “Rock and Roll All Nite”, Toad the Wet Sprocket (1994): “Eu montei um álbum tributo ao Kiss porque não queria esperar que mais ninguém fizesse isso. Liguei para todo mundo que pude pensar. Alguém se ofereceu e contou ao Toad the Wet Sprocket. Eles decidiram gravar ‘Rock and Roll All Nite’, o que foi um caso curioso. Tiveram total liberdade para fazer o que quisessem com a canção. E o que saiu foi um som fascinante, que mudou a batida da bateria e até teve uma passagem diferente no refrão. Mas, na verdade, isso me lembra Jackson Browne.”
Sobre Gene Simmons
Atualmente com 74 anos, Chaim Witz (nome de batismo) nasceu em Tirat Carmel, Israel. Sua mãe sobreviveu a um campo de concentração nazista. De toda família, apenas ela e um irmão escaparam do Holocausto.
Paralelamente aos primeiros trabalhos musicais, foi professor infantil e trabalhou na redação da conceituada revista Vogue.
Junto a Paul Stanley, fundou o Kiss. A banda virou um fenômeno, influenciando todas as gerações posteriores e se tornando o grupo americano com maior número de discos de ouro e platina em todo o mundo.
Paralelamente, participou de quase todos os segmentos artísticos. Atuou, produziu e financiou projetos em todo o mundo do entretenimento.
Na vida pessoal, Gene alegou por anos ter mantido relações com mais de 4 mil mulheres. Em tempos recentes, admitiu ter se tratado de um blefe para manter uma imagem que popularizou.
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Minha preferida do Kiss é “I stole your love”, solo delícia de Ace Frehley!
Minha música preferida, desta excelente banda (Kiss), é sem dúvida, “Rock And Roll All Nite”!!!