É impossível se conectar à carreira do Rush e não ter “Tom Sawyer” como referência. A faixa de “Moving Pictures” (1981) se tornou o cartão de visitas do trio canadense, sendo até mesmo um daqueles exemplos onde uma pessoa pode não saber quem a interpreta, mas a reconhece facilmente no primeiro acorde.
O curioso é que a canção quase não foi aproveitada por uma série de dificuldades que se impuseram no caminho. Em entrevista ao programa World Café, do sistema de rádio americano National Public Radio (NPR), o baixista, vocalista e tecladista Geddy Lee relembrou, conforme transcrição do Ultimate Classic Rock:
“Foi uma faixa muito difícil. Toda hora algo dava errado com ela. Quando começamos a mixar, tivemos vários problemas técnicos, porque estávamos usando um dos primeiros consoles de mixagem computadorizados da América do Norte na época. Isso foi em 1980, certo? 1979, 1980. E havia esse problema de aterramento no estúdio, a música continuava se mixando e remixando. Nada estava funcionando. A certa altura pensei: ‘Talvez devêssemos esquecer essa música e seguir em frente’.”
A insistência acabou se pagando com sobras, ensinando uma lição ao músico.
“Isso só serve para mostrar a você que eu não reconheceria um single de sucesso se tropeçasse nele. Lá estava eu, no limite e até mesmo aceitando a ideia de que talvez nossa música mais popular de todos os tempos acabasse na lata de lixo.”
Rush, “Tom Sawyer” e “Moving Pictures”
“Tom Sawyer” se tornou uma das músicas mais conhecidas da carreira do grupo. Inspirada na obra homônima de Mark Twain, ficou marcada junto ao público brasileiro pela abertura da série televisiva “Profissão: Perigo” (“MacGyver” no original), exibida na Rede Globo.
Oitavo trabalho de estúdio do trio canadense, “Moving Pictures” chegou ao primeiro lugar na parada canadense, além de ter ficado em terceiro nos Estados Unidos e Inglaterra. Vendeu mais de 7 milhões de cópias em todo o mundo.
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