Crítica: “Wonka” resgata inocência em produção divertida e inocente

Com alta qualidade técnica e pureza essencial para este segmento, filme se prova envolvente e divertido

Timothée Chalamet declarou não ter sido convencido de imediato. Hugh Grant disse que odiou viver o Oompa Loompa por conta do processo de captura de expressões faciais para o CGI. Até eu estava com o pé atrás com “Wonka”. Mas às vezes é bom morder a língua.

Prelúdio de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, o filme apresenta a origem de Willy Wonka (Timothée Chalamet), um jovem sonhador que começa a produzir os mais absurdos chocolates. Contudo, ele precisa encarar corrupção, os poderosos da indústria e outros obstáculos para atingir seu objetivo.

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Muita gente torceu o nariz por estar cansada de derivados e refilmagens, outros (o meu caso) não acharam os trailers empolgantes. Mas, surpresa, surpresa, “Wonka” é, de fato, uma produção muito divertida e envolvente.

Protagonista e leveza

Acostumado a personagens mais sombrios e sérios, Timothée Chalamet manda bem como um Wonka inocente e até certo ponto desconectado da realidade. Não é um desempenho espetacular; ainda assim, junto de um ótimo elenco de coadjuvantes, é o bastante para cativar o público.

Simples, com boas canções (sim, é um musical) um visual lindo, de cair o queixo mesmo, e com efeitos especiais competentes, “Wonka” é um longa-metragem leve, que resgata a sensação infantil da versão setentista de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, só que de uma maneira onde os adultos conseguem apreciar mais. Podemos dizer que continua sendo uma fantasia para a molecada, porém, menos bobinha.

Coadjuvantes

Voltando aos coadjuvantes, o destaque fica para o casal de vilões vivido por Olivia Colman (nenhuma surpresa, trata-se de uma atriz que rouba a cena em quase todos seus papeis) e Tom Davis. São personagens caricatos no bom sentido, que parecem ter saído diretamente de um desenho animado — os famosos malvados que adoramos odiar.

Apesar de suas reclamações, Grant está ótimo como o Oompa Loompa, que resgata visual e canções da versão clássica. Ele está tão bem que até lamentamos por sua participação ser pequena — desculpem o trocadilho involuntário. Porém, se o filme alcançar o sucesso que merece dada sua qualidade (algo que não vem acontecendo com frequência no mercado atual), não será surpresa ganhar uma continuação.

Envolvente

Resta torcer por esse sucesso e por um elenco tão carismático e competente na parcela musical. Como alguém que raramente aprecia produções musicais, confesso que “Wonka” envolve de maneira surpreendente e traz atores incríveis, sem ninguém deixar cair a qualidade.

*“Wonka” está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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Leonardo Vicente Di Sessa
Leonardo Vicente Di Sessahttps://falaanimal.com.br/
Formado em Propaganda & Marketing, Leonardo Vicente acabou tragado pelo mundo dos quadrinhos e assuntos nerds, atuando como jornalista especializado na área desde 2001. Também revisor e editor, mantém o site Fala, Animal! e o podcast de mesmo nome, participando ainda da equipe da revista Mundo dos Super-Heróis e do podcast Mansão Wayne. É autor de livros como Os Cavaleiros das Trevas, O Homem que Ri e Prodígio: 80 Anos do Robin.

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