Os outros três membros dos Beatles nunca deixaram dúvidas sobre o fato de que John Lennon foi quem tomou a iniciativa de colocar um ponto final na parceria, concretizada em 1970. Embora Paul McCartney tenha sido o primeiro a bater em retirada publicamente, seu parceiro de composições foi quem tornou a situação insustentável para todos em relação a um prosseguimento.
Porém, um dos motivos que o fez dificultar um rompimento mais amigável foi justamente a insegurança. Em 1980, uma semana antes de ser assassinado por Mark David Chapman em Nova York, o marido de Yoko Ono concedeu entrevista ao Newsweek. E refletiu um pouco sobre seus sentimentos uma década antes.
Ele disse:
“Desde quando filmei ‘How I Won the War’ (1967) passei a apenas esperar um motivo para deixar os Beatles. Só não tinha coragem. A semente foi plantada quando paramos de fazer turnês. Não conseguia lidar com a ideia de não estar no palco. Ao mesmo tempo, estava muito assustado para simplesmente deixar a morada. Foi o que matou Elvis.”
John confessou que estar no grupo havia se tornado um problema para suas ideias.
“O rei é sempre morto por seus cortesãos. Ele é alimentado demais, mimado demais, embriagado demais para mantê-lo amarrado ao seu trono. A maioria das pessoas nesta posição nunca acorda. Yoko me mostrou o que era ser Elvis Beatle e estar rodeado de escravos bajuladores interessados apenas em manter a situação como estava, uma espécie de morte.”
John Lennon após os Beatles
Curiosamente, apesar de alegar saudades da estrada, John Lennon não foi uma figura onipresente nas turnês mundiais. Raramente fez apresentações nos anos seguintes.
O papel entre os ex-colegas coube muito mais a Paul McCartney, que desde a criação do Wings fez tudo que pôde para se tornar uma atração constante de shows — apesar do afastamento das tours em boa parte da década de 1980.
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