O empresário Alexandre Lima Abrão e a estilista Graziela Gonçalves, respectivamente filho e viúva do vocalista Chorão, estão em uma disputa judicial pelos direitos sobre a marca Charlie Brown Jr. A informação é do colunista Rogério Gentile, do Uol.
De acordo com o jornalista, Graziela alega que seus direitos como herdeira estão sendo ignorados por Alexandre, fruto de outro relacionamento anterior do cantor falecido em 2013. Segundo ela, o filho único do artista se passa como “proprietário exclusivo” da marca por tê-la registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
Ainda conforme a publicação, Graziela é oficialmente herdeira e tem 45% sobre os direitos de imagem e produtos do grupo. Contudo, ela afirma que Alexandre tem celebrado diversos contratos “de forma desleal” e “apropria-se indevidamente” de sua parte.
Por sua vez, Alexandre Lima Abrão diz registrou a marca Charlie Brown Jr porque o pai não o fez, portanto, as determinações estabelecidas pela partilha do inventário não seriam válidas no caso da marca. Ele afirma que Graziela age de má-fé, pois não havia obrigação de inclui-la no registro.
Liminar
Segundo a reportagem de Rogério Gentile, o processo ainda não foi julgado. No entanto, uma liminar favorável a Graziela Gonçalves estabelece que Alexandre Lima Abrão regularize a marca no Inpi. O filho de Chorão fez o pedido junto ao instituto, mas afirma que irá recorrer da decisão.
Um trecho da liminar assinada pelo juiz Guilherme Nunes diz:
“Independentemente de existência de registro prévio no Inpi, ou não, é fato que os direitos de imagem foram partilhados entre as partes [no inventário], de modo que, a princípio, eventual registro de marca relativa à banda deve respeitar o quanto decidido na partilha.”
Divisão
Reportagem publicada em 2013 pelo G1 aponta que Alexandre Lima Abrão e Graziela Gonçalves tiveram um embate judicial já no ano em que Chorão faleceu. A viúva do cantor não aceitou que o filho fosse o único herdeiro dos bens deixados pelo artista. À época, a decisão foi favorável a Alexandre, mas outras atualizações não foram publicadas na imprensa.
Em entrevista de 2021, também ao G1, Alexandre Abrão evidenciou o lado negativo de ter se tornado responsável pelo legado do pai: as dívidas. Ele contou que Chorão adquiriu os direitos do Charlie Brown Jr em 2005, o que gerou um débito “impagável” com a gravadora EMI.
“Desde que meu pai faleceu, uma das pessoas que trabalhava com o meu pai falava: ‘O Chorão tem uma dívida impagável com a EMI’. Até hoje essa dívida impagável está aí. A gente paga de pouquinho em pouquinho, porque retém os direitos artísticos. Isso é uma coisa que ninguém sabia.”
Conflito
Também em 2021, Alexandre esteve no centro de uma polêmica com ex-integrantes do Charlie Brown Jr. O empresário tentou mobilizar uma volta dos remanescentes da banda com outro vocalista (Egypcio, do Tihuana), em tributo ao pai e ao baixista Champignon. Contudo, os guitarristas Thiago Castanho e Marcão Britto romperam com o filho do artista e anunciaram outro projeto em homenagem ao grupo. Os demais integrantes envolvidos seguiram Thiago e Marcão.
À época, os músicos afirmam que “o ego, a vaidade e a ganância falaram mais alto que uma parceria coerente e honesta”. Também apontaram que “várias transações” foram feitas sem o conhecimento deles e disseram que faltou transparência por parte de Alexandre. Disseram ainda que o filho de Chorão tenta apagar a história dos demais músicos do CBJr – inclusive nas redes sociais oficiais da banda, onde são feitas apenas publicações relacionadas ao vocalista.
Em resposta, Alexandre lamentou que a saída dos guitarristas “tenha sido anunciada com tantos ataques, mentiras e rumores nas redes sociais”. A nota desejou “nada mais do que sucesso” nos trabalhos dos músicos, mas declarou que “não será amparada nem admita qualquer tentativa de se tomar à força o nome e os projetos do Charlie Brown Jr”.
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