Jimmy Page se tornou referência não apenas como guitarrista nos tempos de Led Zeppelin. Suas técnicas de produção trouxeram novos elementos à música popular, se valendo da escassa tecnologia da época e compensando as dificuldades de execução com uma imaginação bem acima da média.
Sendo assim, dá para dizer que ele possui alguma autoridade para opinar sobre os caminhos tomados nas décadas posteriores. Em aparição pública registrada no ano de 2014, transcrita pelo Ultimate Guitar, o músico deixou suas impressões em relação ao então presente em comparação às técnicas usadas pela sua banda.
Sobrou até espaço para uma referência nominal ao programa mais usado na produção de áudio desde o início do século.
“A principal diferença entre a música do Led Zeppelin e a que existe hoje é que confiávamos totalmente no que tocávamos e na captura de uma performance ao vivo. O que eu vejo sobre a gravação do ProTools – ainda envolve a imaginação e a aplicação disso na mixagem, e você consegue fazer coisas incríveis.”
Porém, o elemento que incomoda (ou incomodava na época) o líder do quarteto britânico residia em uma função específica: os vocais.
“Mas o que me perturba um pouco é quando você ouve e nota que os vocais não são feitos em versos inteiros, mas sílaba por sílaba, sendo ‘colados’ depois. Isso incomoda minha visão sobre desempenho.”
“A música está em constante mudança”
Ao mesmo tempo, Page refletiu sobre as bandas que ainda mantêm o aspecto real na era moderna. Ele ressaltou que usar ferramentas modernas não é ruim, podendo ser útil para ajudar os artistas a transmitir sua mensagem. Mas enfatizou:
“Quando falamos de música hoje, eu vou a Londres, vou a clubes onde há jovens músicos tocando, sem motivo comercial ou algo assim. Não procuro bandas para produzir, de jeito nenhum. É mais uma questão de ver como os artistas sentem isso, como veem suas interpretações, juntando guitarra com bateria ou algo assim. A música está em constante mudança e sempre mudará. Realmente gosto de ouvir o que está acontecendo.”
Jimmy Page atualmente
Apesar de estar bastante antenado com o que acontece em estúdio, Jimmy Page segue sem lançar algo inédito desde 2012, quando fez a trilha do filme “Lucifer Rising”.
No formato convencional, a espera é ainda maior. “Walking Into Clarksdale”, parceria com Robert Plant, saiu em 1998.
Desde então, o músico vem prometendo novidades, além de uma turnê com uma banda solo. Porém, nada se concretizou. A prioridade seguiu sendo os vários relançamentos do catálogo do Led Zeppelin.
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Page pode ter sido até bom em estúdio mas ao vivo é fraquissimo