Os 13 álbuns que mudaram a vida de Joe Perry

Guitarrista do Aerosmith enfatizou a influência do rock e do blues dos anos 1960 e 70 na sua formação musical

Joe Perry é um filho do blues que se enveredou pelo hard rock. A observação fica clara quando notamos suas escolhas para os 13 álbuns que mudaram sua vida. Os anos 1960 e 70 são privilegiados, com uma série de opções que fazem todo o sentido quando analisamos a obra do membro do Aerosmith.

O ranking foi elaborado em conversa com o site Classic Rock History. Confira abaixo as escolhas.

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Os 13 álbuns que mudaram a vida de Joe Perry

The Yardbirds – Having a Rave Up with the Yardbirds (1965): “É um disco muito importante para mim de muitas maneiras. Para muitas bandas – especialmente as inglesas, que foram influenciadas pelo blues e pelo rock ‘n’ roll – ouvi-los fazendo o que faziam com esses gêneros foi realmente fascinante. Era incrível ver quem escreveu as músicas e a variedade de músicos incríveis. Há uma versão de ‘Train Kept A-Rollin’ ali que acabou no filme ‘Blowup’ [mistério/suspense de 1966]. É uma das pedras angulares da minha vida. Quando ouço o feedback e a bateria é irreal.”

The Kinks – Live at Kelvin Hall (1968): “Tento encontrar uma cópia dele, mas é difícil. É o primeiro ao vivo que ouvi, o The Kinks tocando seus sucessos, mas também há algumas improvisações. Roubei alguns riffs daquelas músicas [risos]. Tinha um ótimo medley de ‘Milk Cow Blues’ e o tema do programa de TV do Batman. Mais tarde ela foi parar no set do Aerosmith. A versão que gravamos em ‘Draw the Line’ se inspira na deste disco do Kinks.”

MC5 – Kick Out the Jams (1969): “O primeiro disco do MC5 era pura energia. Para entender o que eles estavam fazendo você realmente precisa ouvir. Obviamente o punk veio daí. Saiu no final dos anos 60 e, alguns anos depois, as pessoas tocavam assim mesmo, só que agora chamavam de punk. O MC5 podia ser chateado, zangado e político, mas eu não dava ouvidos a nada disso, apenas ouvia a música.”

Johnny Winter – Nothin’ But the Blues (1977): “Tenho que colocar um de Johnny Winter e vou com esse. Acho que é um dos melhores que ele fez. Tinha muito slide, o que foi ótimo. Quando se trata de slide, Johnny aprendeu com os melhores, mas é especial quando o próprio faz. Eu pessoalmente aprendi muito com esse álbum naquela época.”

Jimi Hendrix Experience – Are You Experienced (1967): “Não posso fazer esta lista sem incluir um disco de Hendrix e escolhi ‘Are You Experienced’. A primeira vez que ouvi ‘Purple Haze’ foi na rádio AM enquanto estava em um carro. Era diferente de tudo que já existiu antes. Até então, eu nunca tinha ouvido algo assim e, de certa forma, nunca mais ouvi. Não sei quantos milhões de vezes já escutei esse disco, mas é apenas um daqueles que tenho que ter na minha playlist o tempo todo.”

Silvertone 45 RPM Learn to Play Record from Harmony Stella (1960s): “Outro disco que foi extremamente importante foi um instrucional de 45 RPM que veio com minha primeira guitarra, que era uma acústica Silvertone. O violão custou US$ 12. Ainda me lembro que dizia: ‘Coloque a palheta na mão direita e coloque o braço na mão esquerda’, o que foi engraçado porque quando tirei o violão da caixa – acho que não tinha estojo – eu tentei tocar com a mão esquerda.

Então coloquei esse disco e dizia: ‘Coloque o pescoço na sua mão esquerda’. Eu nem sabia que você podia tocar com a mão esquerda. Isso foi antes dos Beatles e Paul McCartney tocando com a mão esquerda. Foi engraçado porque eu instintivamente toquei ao contrário desde o início [risos]. Esse registro foi enorme para mim. Eu definitivamente chamaria isso de fundamental.”

Chuck Berry – On Top (1959): “Foi o primeiro de Chuck Berry que ouvi, em meados dos anos 60. Sabia que era o tipo de música que eu tocaria. A maneira como caras como Chuck Berry tocavam rock ‘n’ roll ainda é, para mim, rock ‘n’ roll de verdade. É difícil acertar e há muito poucas bandas que realmente fizeram como Chuck fez. Por isso que ele é o modelo do rock ‘n’ roll, se você me perguntar.”

Muddy Waters – Electric Mud (1968): “Então, com Muddy Waters, devo dizer que o primeiro disco dele que consegui tinha um monte de coisas antigas dele, mas não consigo lembrar como se chamava. Foi algo de meados dos anos 60 que saiu pela Chess Records. Eu não poderia te dizer o nome, mas um que eu me lembro de ter gostado muito e que acertou em cheio para mim foi ‘Electric Mud’. Ele usava um longo manto preto na capa e tinha uma guitarra elétrica da Guilda naquela época. Eu sei que muitos puristas não gostam desse disco, mas era uma viagem e adorei.”

The Velvet Underground & Nico – The Velvet Underground & Nico (1967): “Outro que realmente me colocou contra a parede foi o do Velvet Underground que tinha uma banana na capa. Lembro-me de ouvir esse disco e sempre foi uma grande influência para mim.”

Fleetwood Mac – Then Play On (1969): “Todos os discos de blues do Fleetwood Mac eram ótimos. Eles eram difíceis de encontrar naquela época, mas o que teve maior influência sobre mim foi o ‘Then Play On’. Obviamente, o Aerosmith acabou tocando muitos covers dessas coisas, pois sempre achei ótimo e Peter Green era o cara. Eles tinham um ótimo senso de humor e eram uma banda ao vivo incrível.

É um bom exemplo do que eu queria que o Aerosmith fosse: algo entre Fleetwood e The Yardbirds. Quando o ‘Then Play On’ foi lançado, Peter Green estava realmente se esforçando na guitarra. Quero dizer, alguns dos instrumentais mais lindamente escritos surgiram daquela época. Ainda me sinto assim quando volto e ouço essas coisas com frequência. Acho que todos os que estou nomeando tinham aspectos assim, exceto o instrucional [risos].”

Jeff Beck – Truth e Blow By Blow (1968 e 1974): “Isso nos leva ao disco ‘Truth’ de Jeff Beck. Lembro de ouvir depois que ele saiu do The Yardbirds. Tive a chance de vê-lo tocar com sua banda, o que foi incrível. E depois, claro, há ‘Blow by Blow’, outro disco incrível. Eu volto a esses registros o tempo todo. Esses dois são aqueles que tenho que ouvir pelo menos uma vez por semana.”

The Who – The Who Sell Out (1967): “Lembro-me de tentar fazer covers de algumas dessas músicas na minha época de banda de garagem. E eu me lembro de ver o The Who fazer uma versão ao vivo abreviada de ‘Tommy’ mais tarde. Foi legal, mas eu gostava mais de ‘The Who Sell Out’. Foi lançado nos anos 60, quando havia muita música.

Os anos 70 também foram assim. É difícil escolher porque mesmo as coisas pelas quais eu não gostava ajudaram a me orientar naquilo que eu realmente gostava. Mas eu amava muita música e todos os tipos de música. Olhando para trás, como o The Who, parece ser principalmente coisa inglesa, que alimentou algumas coisas americanas. Qualquer um provavelmente poderia dizer isso nesta lista.”

Sobre o guitarrista

Nascido em Lawrence, Massachusetts, Anthony Joseph Pereira é filho de pai português e mãe italiana. Seu sonho de infância era se tornar um biólogo marinho, como seu primeiro ídolo, o mergulhador francês Jacques Cousteau.

Incapaz de alcançar as notas necessárias para seguir a carreira, começa a se aventurar pela música. Canhoto, se desafiou a tocar guitarra como destro. Seu primeiro grupo foi a The Jam Band.

Nos anos 1970, se muda para Boston e dá início ao Aerosmith. Fica até 1979, retornando em 1984 e permanecendo até hoje. O grupo se tornou uma instituição do hard rock, vendendo mais de 150 milhões de discos em todo o mundo até hoje.

No meio período fora da banda, se sustentou graças ao The Joe Perry Project, que lançou três discos. O nome foi resgatado para álbuns solo e shows já neste século. Atualmente, também mantém na ativa o The Hollywood Vampires, junto de Alice Cooper, Johnny Depp e uma série de convidados.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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