Quando o anúncio da volta de Mike Portnoy ao Dream Theater foi feito, não dá para dizer que foi uma grande surpresa. O baterista é um dos membros fundadores da banda e se manteve na linha de frente criativa e mercadológica desde os primórdios. O reencontro foi se desenhando aos poucos – até mesmo em aparições públicas – até que se concretizou.
Ainda assim, muitos se preocuparam com o destino de Mike Mangini. O músico assumiu as baquetas em 2010, após uma série de testes que envolveram outros músicos e uma minissérie online. A despeito de não ter sido unanimidade, participou de momentos importantes na carreira do grupo.
Em entrevista ao “Chris Akin Presents…”, o instrumentista revelou que soube da volta do antecessor da mesma forma que o público. Conforme transcrição do Blabbermouth, ele disse:
“Não houve aviso prévio, foi imediato. Mas é tipo… então o peixe sai da água, é imediato, mas o peixe ficou nadando por um tempo. Onde estava o peixe? Tanto faz.”
Mangini ainda deixou claro não ter se incomodado. Sabendo que uma dia isso aconteceria, ele fez questão de sempre deixar outras opções à vista.
“A razão pela qual foi fácil lidar com isso – muito fácil, na verdade – foi porque pensei: ‘Oh, ok. Sim. Sim. O cara original de volta à banda. Eu entendi, entendi’. E também, não precisei passar por um menu de opções futuras. Não sei se foi intuitivo, instintivo ou intelectual, mas deixei várias opções sobre a mesa durante tantos anos – a publicação de mais livros, as aulas que quero dar… a interação com meu próprio autodesenvolvimento vem em grande parte do fato de eu ter que ensinar e falar sobre isso com as pessoas. Em algum momento vejo o quadro completo, a grade, e sei o que posso ou não posso fazer. Isso me inspira.”
A preparação para a saída
Mike ainda foi questionado sobre o momento em que teve que conversar com os, a partir de então, ex-colegas. A assimilação veio rápido e logo foi hora de partir para a próxima.
“Recebi uma ligação, entendi a mensagem e disse: ‘Ok, vamos fazer uma declaração conjunta’. No dia seguinte, já estava tomando café e, literalmente, olhando minha lista de atividades e pensando: ‘Como vou concluir esse trabalho agora? Preciso consertar isso ou fazer aquilo. Tenho muito que fazer’. As instalações do meu estúdio estavam em construção, havia coisas que precisavam ser consertadas. Resolvi deixar todas essas coisas acontecerem, respirar e terminar o que já está acontecendo. Essa é a minha mentalidade. Não posso dizer nada diferente.”
Finalizando, Mangini contou como conseguiu evitar ficar bravo com o fato de ter sido dispensado. Ele procurou não pensar tanto sobre hipóteses.
“Não sei o quadro completo da decisão. Não sei como foi que realmente aconteceu. E nem me permito pensar nisso. Mas o fato é que as pessoas decidem as coisas e eu respeito. É só isso. É o que é.”
Mike Mangini e Dream Theater
Mike Mangini gravou cinco álbuns de estúdio com o Dream Theater: “A Dramatic Turn of Events” (2011), “Dream Theater” (2013), “The Astonishing” (2016), “Distance Over Time” (2019) e “A View from the Top of the World” (2021), além de outros lançamentos ao vivo e projetos especiais.
“The Alien”, primeiro single do último disco de inéditas, faturou o Grammy na categoria “Melhor Performance de Metal” em 2022. Foi a primeira vitória da banda na premiação mais prestigiada da indústria musical.
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