O álbum “The Division Bell” (1994) foi o último de inéditas do Pink Floyd enquanto a banda ainda estava na ativa – em 2014 sairia “The Endless River” quase que totalmente instrumental e baseado em registros das sessões de 20 anos antes.
O trabalho também marcou o retorno do tecladista Richard Wright como membro oficial. Ele havia sido demitido por Roger Waters à época de “The Wall” (1979), sendo integrado à turnê seguinte como músico contratado. Quando a banda retornou sob a batuta de David Gilmour, na metade da década seguinte, em um primeiro momento manteve o status.
Contudo, o disco que marcou sua reintegração ao grupo não lhe traz tantas memórias boas. Em entrevista de 1996 a Mark Blake, resgatada pelo Rock and Roll Garage, o artista explicou:
“Acho que poderíamos ter ido mais longe na direção de um álbum do Floyd como costumávamos fazer no passado. Mais temático, com todas as músicas tendo uma ligação lógica. Isso é algo que acho que muitos fãs da banda gostariam. Era algo que eu queria alcançar com meu próprio disco.”
Ele se referia a “Broken China”, lançado naquele ano. Seria seu último registro autoral antes de falecer, em 2008.
Richard Wright, os aspectos positivos e a frustração
Ainda assim, Wright conseguiu enxergar alguns pontos positivos no play gravado junto a Gilmour, Nick Mason e o produtor Bob Ezrin.
“Há muitos outros aspectos do álbum que me deixaram muito feliz, como poder contribuir para a composição. Minha influência pode ser ouvida em faixas como ‘Marooned’ e ‘Cluster One’. Esse foi o tipo de coisa que dei ao Floyd no passado. Foi bom que eles estivessem se acostumando novamente.”
Ainda assim, o homem das teclas acha que poderia ter sido melhor.
“Senti que não estávamos indo na direção certa o tempo todo. Gosto do disco, mas também foi frustrante. Como escritor, você sempre pode acabar discordando das pessoas com quem trabalha sobre certas coisas. Senti que era hora de fazer algo por mim mesmo.”
Pink Floyd e “The Division Bell”
“The Division Bell” foi lançado em 28 de março de 1994. O título é uma referência aos sinos do parlamento do Reino Unido, que são tocados quando é o momento de uma votação. As letras lidam com o conceito da comunicação enquanto mecanismo para resolver diferenças.
Vendeu mais de 7 milhões de cópias em todo o mundo, tendo chegado ao topo de diversas paradas, incluindo Estados Unidos e Inglaterra. No Brasil, ganhou disco de platina.
As esculturas da capa, desenvolvidas pelo artista Storm Thorgerson, estão atualmente na sede do Rock And Roll Hall Of Fame, em Cleveland, Estados Unidos.
A turnê foi vista por mais de 5 milhões de espectadores e rendeu o álbum/vídeo “P.U.L.S.E.” (1995), que trouxe a execução de “The Dark Side Of The Moon” (1973) na íntegra.
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É realmente um album mediano, e meio monótono em muitos momentos, soando meio pop como os antecessores da década 80s. Lançado em uma época em que o grunge já havia estourado no mundo, mudando tudo. Talvez por isso, o Pink Floyd passou duas décadas sem lançar nada inédito.