Lançado ano passado, o documentário “The Stones and Brian Jones” detalha a história da banda que simboliza o rock and roll e seu fundador. O proficiente músico acabou se tornando um obstáculo para Mick Jagger e Keith Richards, que não fizeram grande esforço para mantê-lo quando o colapso mental se tornou irreversível.
Ao falar sobre a obra do cineasta Nick Broomfield, o baixista Bill Wyman disse à Rolling Stone (a revista quase homônima do grupo) que os fãs deviam esperar “a verdade, toda a verdade, nada além disso”.
O instrumentista, que se afastou da banda no início dos anos 1990 – embora tenha feito algumas participações especiais em shows e até no disco mais recente, “Hackney Diamonds” (2023) –, se declarou emocionado com o conteúdo do filme.
“Não quero estragar a experiência para ninguém citando spoilers. Mas há algumas partes que realmente me tocaram, incluindo detalhes sobre a infância de Brian que Nick descobriu e que eu ainda não sabia.”
A baixa autoestima de Brian
Embora Bill não tenha entrado em detalhes, a revista presume que entre as informações possa estar o fato de que os pais de Jones o expulsaram de casa quando tinha apenas 17 anos. Ou o fato de nunca terem visto o filho tocar ao vivo, o que contribuiu para seus declarados problemas de autoestima.
Entrevistados ainda descrevem o músico como “alternadamente doce, cavalheiresco, inseguro e egocêntrico”. Wyman concorda.
“Todas essas definições se aplicam. Brian podia deixar de ser gentil em um minuto para se tornar cruel no instante seguinte. Também era brilhantemente inteligente – mais do que o resto de nós – mas muitas vezes tomava inadvertidamente decisões erradas em seu detrimento.”
Mesmo assim, suas ações foram fundamentais para que os Stones se tornassem o que viria a ser após sua saída.
“Quando entrei, era ele quem organizava tudo, decidindo quais músicas tocaríamos, além de assinar todos os contratos de gerenciamento e gravação. Brian estava tomando todas as decisões criativas e comerciais em nome da banda durante esse período inicial.”
A situação mudou, segundo Bill, quando o empresário Andrew Loog Oldham assumiu o comando.
“Andrew começou a encorajar Mick e Keith a escrever músicas. Infelizmente, isso fez com que Brian perdesse a confiança em si mesmo com o passar do tempo. Brian, Charlie e eu paramos de dar tantas entrevistas para a imprensa, rádio e TV, enquanto Andrew empurrava Mick e Keith aos olhos do público.”
O baixista finaliza confirmando ter sido o mais próximo a Jones entre todos os Rolling Stones.
“Desde o início sempre dividi quartos com Brian na estrada. Muitas vezes íamos a clubes e outros eventos juntos, só nós dois, então naturalmente nos tornamos muito próximos”.
Sobre Brian Jones
Nascido em Cheltenham, Inglaterra, Lewis Brian Hopkin Jones começou a se aventurar pela música na adolescência, ao descobrir o jazz. Seus pais eram instrumentistas amadores e o incentivaram.
No início dos anos 1960 se mudou para Londres e passou a frequentar a cena blues local. Adotou o nome Elmo Lewis e tocou com Alexis Korner, além do grupo Roosters. Eric Clapton o substituiu quando de sua saída.
Morreu no dia 3 de julho de 1969. Muitas especulações sobre o falecimento circulam até hoje. O que se sabe é que o corpo foi encontrado boiando na piscina de sua casa. Brian se tornou proficiente em mais de 60 instrumentos em pouco mais de uma década de atividades profissionais.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.