As histórias do Bon Jovi e do Skid Row datam de antes da fama do primeiro. O guitarrista Dave “Snake” Sabo era amigo de infância de Jon, tendo até mesmo chegado a fazer parte de uma das formações iniciais do grupo. Os dois fizeram até mesmo um pacto: quem alcançasse o sucesso ajudaria o outro a subir os degraus rumo à fama.
A promessa foi cumprida, porém, não sem algumas rusgas pelo caminho. O sucesso do álbum de estreia da banda de Snake, lançado em 1989, não rendeu tanto financeiramente aos músicos, apesar de ter vendido mais de 6 milhões de cópias só nos Estados Unidos. O contrato firmado com a Underground Music Company, de Bon Jovi e Richie Sambora, fez com que eles abocanhassem uma boa fatia do bolo monetário.
Em entrevista ao podcast Wild Ride! With Steve-O, Sebastian Bach lembrou ter precisado chutar o balde para conseguir melhores condições. Conforme transcrição do Blabbermouth, ele contou:
“Aqui está a verdade em sua forma honesta, juro por Deus. Firmamos um contrato de divulgação com Jon. Ele nos levaria em sua turnê. Éramos apenas um bando de desconhecidos, então assinamos. Não é todo dia que você consegue tocar em arenas nesse estágio da carreira. Havia muitas bandas naquela época. Poucos foram os que conseguiram se dar bem. Fazer sucesso era como encontrar um unicórnio.”
Apesar disso, Bach precisou tomar uma atitude drástica para evitar receber muito menos do que considerava ser justo.
“Eu saí da banda. Quando entendi o que assinamos, disse: ‘não vou fazer isso de novo’. Tivemos uma grande reunião com o nosso advogado à época, que agora é o braço direito de Jay-Z. E eu disse: ‘vou sair a menos que refaçamos o contrato com Bon Jovi e eu fique com 25% de tudo na banda’. Foi uma atitude corajosa, já que éramos cinco caras. Mas eles aceitaram, então, reajustamos os termos e saímos de onde havíamos nos metido. Ainda bem, porque o álbum seguinte, ‘Slave to the Grind’, estreou em primeiro lugar nos Estados Unidos.”
Sebastian Bach e Jon Bon Jovi
Em agosto de 2012, Bach revelou ter feito as pazes com Jon Bon Jovi após anos. Em declarações à ArtScenics TV, ele afirmou:
“Bon Jovi nos levou em nossa primeira turnê e assinamos alguns papéis nos quais ele receberia uma parte do que ganhássemos se fizéssemos sucesso, seria compensado por nos ajudar. Ninguém pensou que nos tornaríamos uma big band. Isso acontece o tempo todo na indústria da música. Fiquei ressentido com isso por um tempo, mas então percebi que provavelmente não teríamos feito tanto sucesso, ou talvez nem mesmo algum sucesso se ele não nos ajudasse.”
O reencontro que selou a reconciliação envolveu até mesmo uma participação indireta de Axl Rose.
“Estávamos eu e Axl hospedados no Mandarin Oriental em Londres. Jantávamos no restaurante e a garçonete disse: ‘Ei, adivinha quem está ali no canto.’ E eu e Axl perguntamos, ‘Quem?’ Ela disse: ‘Jon Bon Jovi’. E eu digo ‘Fala sério?’ Era verdade. E eu não sabia o que fazer. Mas decidi ir cumprimentá-lo, porque fomos ótimos amigos, cheguei a passar um jantar de Natal na casa dele e outras coisas.”
De acordo com Tião, Jon aparentou temeridade na aproximação.
“Ele estava olhando para mim e pensando: ‘Você vai ser um idiota ou vai ser legal? O que você vai fazer? O que você vai dizer?’ Apenas disse ‘Ei, cara, como vai?’ e ele respondeu ‘Ei, cara!’ Demos um abraço, ele se juntou à mesa em que estava com Axl e bebemos cerca de 15 garrafas de vinho tinto, nos divertimos muito. Depois me deu seu número de telefone e mandei mensagens para ele algumas vezes. É um cara legal. Somos amigos de novo.”
Sebastian Bach no Brasil em 2024
No final do ano passado, Sebastian Bach lançou o single solo “What Do I Got To Lose?”, antecipando seu próximo disco. A faixa tem participação de Myles Kennedy (Alter Bridge, Slash) na composição.
O cantor é atração confirmada no Brasil em abril próximo, com shows em São Paulo, no Summer Breeze (26), além de Curitiba (27) e Rio de Janeiro (28) – este último com o Mr. Big.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.