Vendas de CDs crescem no Reino Unido pela 1ª vez em duas décadas

Comercialização do formato apresentou aumento de 2% em 2023; em comparação ao streaming, venda de mídia física segue muito pequena

Pesquisas recentes mostraram que a venda de CDs têm subido em alguns lugares. Nos Estados Unidos, a comercialização do formato chegou a apresentar um aumento pela primeira vez em quase duas décadas em 2021. A mesma situação aconteceu agora no Reino Unido.

Segundo dados da Digital Entertainment and Retail Association (ERA) — responsável por representar serviços digitais e varejistas que oferecem música, vídeo e jogos —, publicados pelo The Guardian, a venda de música de maneira geral cresceu em território britânico. Considerando o streaming, vinil, CDs e downloads, o valor subiu cerca de 9,6% em 2023. Álbuns de The Weeknd, Taylor Swift e Miley Cyrus ficaram entre os destaques.

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Já citando os CDs, a comercialização aumentou 2%. Na análise do veículo, tanto as diferentes versões de um mesmo disco disponíveis no mercado, quanto o preço mais em conta, colaboraram para isso.

Kim Bayley, presidente-executivo da ERA, concorda com a hipótese:

“Colecionadores estão descobrindo CDs. Os CDs são um formato que você pode manter para sempre, o que chama atenção das pessoas que assinam muitos serviços digitais diferentes. Há muitos itens exclusivos e feitos para colecionar.”

Na opinião da profissional, o número de CDs vendidos deve permanecer o mesmo ou até aumentar no futuro. Conforme a demanda, sobretudo do público jovem, lojas independentes passaram a investir mais em tal mídia física.

Phil Halliday, diretor-gerente da empresa varejista de música e cinema HMV, relatou: 

“A demanda por álbuns colecionáveis é meio fervorosa. Os jovens também querem colocar na prateleira algo que mostre que gostam de Joy Division ou Nirvana, mas não querem gastar o valor de um vinil. E um CD tem as mesmas coisas de um vinil, como encarte.” 

Em 2023, os vinis também vivenciaram um momento positivo. Em relação à quantidade, as vendas aumentaram em 12%, enquanto, em termos de valor, 18%. 

Ainda assim, a comercialização de formatos físicos permanece pequena quando comparadas ao mundo digital. Enquanto vinis e CDs geraram receita de £311 milhões (aproximadamente R$ 1,9 bilhão na cotação atual) no Reino Unido no ano passado, o streaming conquistou £2,2 bilhões (cerca de R$ 13,7 bilhões).

Situação em outros países

Como mencionado, as vendas de CDs nos Estados Unidos também mostraram aumento em anos recentes. Segundo dados divulgados pela Recording Industry Association of America (RIAA) e publicados pelo The Verge, os despachos comerciais de álbuns no formato aumentaram de 31,6 milhões em 2020 para 46,6 milhões em 2021. A receita subiu de US$ 483,2 milhões para US$ 584,2 milhões.

No entanto, em 2022, a comercialização de vinis superou tal mídia pela primeira vez desde 1987. Foram 41 milhões de unidades de vinil vendidas no país, comparado a 33 milhões de CDs. Além disso, o formato mais antigo gerou US$ 1,2 bilhão para a indústria, um crescimento de 17% comparado a 2021 e 71% da renda total de vendas físicas, novamente de acordo com o relatório da RIAA.

Diferente do observado nos EUA, o CD ainda é a mídia física mais rentável no Brasil quando se trata de música. Um relatório da Pró-Música Brasil, órgão que representa as principais empresas do mercado fonográfico do país, comparou o faturamento de diferentes formatos e apresentou essa conclusão.

O comércio nacional de CDs gerou R$ 6,7 milhões em 2022. Em contrapartida, os discos de vinil arrecadaram menos, R$ 4,7 milhões, enquanto os DVDs ficaram muito abaixo dos outros dois, com R$ 400 mil.

Juntos, porém, esses números caracterizam apenas 0,5% do total das receitas da indústria fonográfica brasileira – hoje totalmente dominada pelo streaming. De acordo com o relatório, 86,2% do valor recebido em 2022 (ou seja, R$ 2,2 bilhões) veio de tais plataformas.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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