Em 2022, Beyoncé lançou o álbum “Renaissance”, voltado para dois subgêneros originários da dance music: disco e house. O trabalho marcou o início de uma trilogia gravada durante a pandemia, cuja segunda parte, “Act II”, chega a público em 29 de março deste ano.
O novo disco foi confirmado durante um comercial do Super Bowl, no último dia 11 de fevereiro. Os dois singles lançados, “16 Carriages” e “Texas Hold ‘Em”, indicam a sonoridade adotada desta vez: o country.
No entanto, por mais que o segundo álbum ainda não tenha sido lançado, fãs já especulam sobre a terceira e última parte da trilogia. Para muitos, a peça final será voltada para o rock. A seguir, entenda como essa teoria ganhou força na internet.
As origens da dance music, country e rock
O motivo da especulação é relativamente simples. Caso não saiba, tanto o dance (por intermédio da disco music e house music) quanto o country são estilos que foram originalmente criados pela população negra. Com o passar do tempo, passaram a ser mais associados aos brancos, especialmente pela forma como a indústria fonográfica destacava determinados artistas.
O mesmo aconteceu com o rock: surgiu primeiramente com os negros até passar a ser associado aos brancos. Antes de astros como Elvis Presley, Jerry Lee Lewis e Buddy Holly se consagrarem no gênero — e se tornarem os “rostos” dele —, músicos como Sister Rosetta Tharpe, Fats Domino, Bo Diddley, Chuck Berry e Little Richard já tinham carreiras muito prolíficas.
Como “Renaissance” e “Act II” são trabalhos justamente focados em dance e country, respectivamente, os fãs ligaram os pontos e começaram a acreditar que o terceiro disco da trilogia será focado em rock. Afinal, seria outra forma de Beyoncé honrar mais um estilo musical que foi “embranquecido” em suas origens.
É importante ressaltar que no meio de 2023, surgiram os primeiros rumores de que “Act II” seria, na realidade, voltado para o rock. Contudo, os dois primeiros singles do trabalho já jogaram essa possibilidade por água abaixo.
Beyoncé e o rock
Curiosamente, o flerte com o rock não é exatamente novidade para Beyoncé.
O álbum “Lemonade”, lançado pela cantora em 2016, traz a música “Don’t Hurt Yourself”, que conta com participação de Jack White (ex-White Stripes). A faixa chegou a ser indicada ao Grammy de Melhor Performance de Rock, em 2017, perdendo para “Blackstar”, de David Bowie.
“Don’t Hurt Yourself” conta com um sample de “When the Levee Breaks”, clássico do blues composto e gravado originalmente por Memphis Minnie e Kansas Joe McCoy. A faixa ganhou uma versão do Led Zeppelin, em 1971, no álbum “Led Zeppelin IV”, que serviu de referência para a citação feita por Beyoncé e White.
Em 2022, o ator Mike Myers disse à Vanity Fair ter sido o responsável por apresentar Led Zeppelin a Beyoncé. Os dois trabalharam juntos no filme “Austin Powers e o Homem do Membro de Ouro”, em 2002.
“Ela era a pessoa mais agradável do mundo e simplesmente arrasou, ela sempre estava ouvindo música. Ela me perguntou: ‘Mike, o que você está escutando agora?’ E eu disse: ‘Oh, estou só escutando Led Zeppelin no momento’. E ela falou ‘Eu acho que vou escutar esse Led Zeppelin’. Ela nunca tinha ouvido falar. Ela era tão jovem e a equipe inteira estava tipo ‘Awwww’. Então, no dia seguinte, ela estava sacudindo a cabeça e curtindo uma música, e eu perguntei: ‘O que você está escutando?’, e ela respondeu: ‘Led Zeppelin! Eles são ótimos!’.”
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