Lançado em 2021, o álbum “A Desordem dos Templários” traz Guilherme Arantes, veterano da música brasileira, em uma pegada mais épica. Além da influência da cultura da Espanha, país onde o músico reside há um ano, o disco traz um som ligado ao rock progressivo — involuntariamente, por influência do vocalista Edu Falaschi.
Em entrevista também de 2021 a Ananda Zambi para o site Hits Perdidos, Guilherme detalhou o processo de criação de “A Desordem dos Templários” e citou a inspiração indireta de Falaschi no processo. O ex-vocalista do Angra trouxe Arantes para participar do DVD ao vivo “Temple of Shadows in Concert” (gravado em 2019 e lançado no ano seguinte), interpretando com Edu, banda e orquestra as músicas “Late Redemption” e “Planeta Água”.
O contexto inspirou Guilherme a voltar a olhar para o rock progressivo com carinho, já que ele define o som de Edu como “metal progressivo”. Vale lembrar que o cantor de “Cheia de Charme”, “Meu Mundo e Nada Mais” e tantos outros hits nacionais começou a carreira no rock progressivo, com a banda Moto Perpétuo.
“(A influência do progressivo) Veio naturalmente, porque no primeiro dia eu tive que construir um disco praticamente sozinho. Os músicos participaram depois em cima de coisas pré-concebidas. Então esse disco lembra muito um disco progressivo que foi muito importante para minha geração, que foi o ‘Tubular Bells’, de Mike Oldfield.”
Após compor o material de “A Desordem dos Templários”, Guilherme chamou músicos que estavam bem alinhados com a sonoridade progressiva, a exemplo dos guitarristas Luiz Sérgio Carlini e Alexandre Blanc, o baixista Willy Verdaguer e do baterista Gabriel Martini. A ideia era avançar em uma pegada mais experimental, mas sem perder a sonoridade mais pop que consagrou a carreira do artista.
“A maior parte das músicas do disco são radiofônicas, são dentro de uma fórmula bastante radiofônica, para tocar, e eu sou muito grato ao rádio e tudo. Acho que o rádio é um espaço privilegiado para mim, de eu tocar nas FMs e tudo, mas eu achava que tinha que ter música de show, aquela música de dez minutos. É uma coisa pretensiosa, ambiciosa.”
Guilherme Arantes e Edu Falaschi
Em seguida, Guilherme Arantes explica como a participação no DVD de Edu Falaschi o despertou de volta ao som progressivo.
“Isso aí também veio por causa da experiência com o Edu Falaschi, um grande cantor do rock, do heavy metal. Ele me convidou para participar do um DVD dele, e ali eu subi num palco para cantar um tema importante do disco ‘Temple of Shadows’ (‘Late Redemption’), que é uma referência da história do Angra, que ele foi cantor.
Cantamos ‘Planeta Água’ com a orquestra e tudo, e eu me senti totalmente em casa no meio do ambiente metaleiro, no ambiente dos metaleiros ali. Na verdade é um metal progressivo que eles fazem. Progressivo metal, heavy progressivo. Gostei muito de participar, foi um toque para mim de que talvez por esse caminho eu pudesse construir um disco novo. Aí nasceu essa ideia.”
Além de reforçar a influência de Falaschi, Arantes destacou que o público do metal o recebeu muito bem na gravação do show lançado como “Temple of Shadows in Concert”.
“Foi muito por influência do Edu Falaschi, que é um grande amigo e um grande incentivador da minha carreira também. A gente se deu muito bem e o público do heavy metal adorou. Eu falei: ‘pô, os caras têm o maior respeito por mim’.”
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