O álbum “Powerslave” (1984), do Iron Maiden, fecha com aquela que foi sua música mais longa por muito tempo. “Rime of the Ancient Mariner”, com seus mais de 13 minutos de duração, é diretamente inspirada no poema de mesmo título, de Samuel Taylor Coleridge, escrito e publicado no final do século 18 e considerado um clássico da língua inglesa.
Steve Harris é o responsável pela composição do Maiden. Na edição 324 (março de 2024) da revista Classic Rock, o baixista contou o que mais o orgulha a respeito da faixa, que já foi citada pelo próprio, pelo vocalista Bruce Dickinson e pelo guitarrista Dave Murray como uma das favoritas para se tocar ao vivo.
Ele disse:
“É ótimo que as pessoas gostem das coisas mais diretas do rock, porque eu também gosto. Mas sei que muitos dos nossos fãs conheceram Coleridge pela força da nossa versão de ‘Rime’. Para mim, saber que um monte de adolescentes descobriram o trabalho de Coleridge pela nossa música é incrível.”
A letra de “Rime of the Ancient Mariner” traz até mesmo alguns trechos diretamente do poema original. Ela foi tocada ao vivo durante a “World Slavery Tour”, entre 1984 e 1985, e fez tanto sucesso que permaneceu no setlist para a turnê seguinte, a “Somewhere On Tour” de 1986 e 1987. A faixa ainda foi trazida de volta para a “Somewhere Back In Time” em 2008 e 2009.
Iron Maiden e a literatura
Não é raro que as letras do Iron Maiden se inspirem em clássicos da literatura. Outro exemplo disso é “To Tame a Land”. Presente no álbum “Piece of Mind” (1983), a faixa fala sobre um clássico da ficção científica.
Segundo Steve Harris, a música teve um efeito parecido com o de “Rime of the Ancient Mariner” em relação ao trabalho de Samuel Taylor Coleridge.
“Foi a mesma coisa com ‘To Tame a Land’ em ‘Piece’… tantas pessoas me disseram que depois de ouvi-la, leram ‘Duna’, de Frank Herbert, que a inspirou.”
Obviamente, não é possível saber qual seria a reação de Samuel Taylor Coleridge ao ouvir a música inspirada em seu poema. Mas com Frank Herbert, foi diferente.
Inicialmente, “To Tame a Land” seria chamada de “Dune”, nome original da obra. No entanto, a banda recebeu uma notificação nada simpática dos representantes do autor:
“Frank Herbert não gosta de bandas de rock, particularmente bandas de rock pesado, e especialmente bandas como o Iron Maiden.”
Sobre “Powerslave”
Quinto álbum de estúdio do Iron Maiden, “Powerslave” marcou a primeira vez que a banda repetiu a formação entre um disco e outro. É, até hoje, o último trabalho do grupo a contar com uma faixa instrumental: “Losfer Words (Big ‘Orra)”. A capa, desenhada por Derek Riggs, conta com referências à música que dá título à obra, além de alguns easter eggs.
Mais de quatro milhões de cópias foram vendidas à época do lançamento. Discos de ouro foram arrematados no Reino Unido e Alemanha, além de platina nos Estados Unidos e platina dupla no Canadá.
A turnê promocional, intitulada “World Slavery Tour”, durou 11 meses e rendeu o álbum e vídeo “Live After Death” (1985). Também marcou a primeira vinda do então quinteto ao Brasil, na noite de abertura da edição inaugural do Rock in Rio.
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Ah, “Rime of the Ancient Mariner”… O que dizer? Simplesmente é a minha canção favorita do Maiden, gravada em meu disco favorito da banda também (Powerslave, 1984). Obrigado Steve Harris por ter a composto!
Baita canção de um álbum perfeito.