A história do único tecladista a ser membro oficial do Iron Maiden

Tony Moore chegou nos anos de formação da banda e durou só uma apresentação com eles

Pouca gente sabe, mas o Iron Maiden já contou com um tecladista como integrante oficial. Isso aconteceu nos primórdios, em 1977, três anos antes do lançamento do álbum de estreia.

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O nome do músico é Tony Moore. Embora tenha passado um tempo razoável ensaiando com o grupo do baixista Steve Harris, só realizou um show com eles antes de perceber que não havia espaço para seu instrumento.

O próprio Moore relembrou a história em uma edição especial da revista Classic Rock sobre o Maiden. Na época, ele era um músico iniciante que havia acabado de comprar seu primeiro teclado e resolveu tentar a sorte após um anúncio de classificados.

O tecladista conta:

“Respondi a um anúncio na revista Melody Maker. O Maiden estava procurando um tecladista que também tocasse sintetizador. Eu morava em Bristol, mas dirigi até o leste de Londres para uma audição no Scarf Studios em Mile End. Foi muito tranquilo e eles me ofereceram o trabalho.”

Tony Moore e Steve Harris

Tony passou alguns meses com o Maiden e lembra como Harris, em específico, já pensava grande naqueles tempos. O tecladista comenta:

“Por um tempo morei com Steve na casa da avó dele. Passamos muito tempo conversando sobre música e a paixão dele pela banda me impressionou. Ele estava convencido de que eles seriam uma das maiores bandas do mundo. Ensaiamos durante meses. Eles já tinham as músicas do álbum de estreia praticamente prontas, além de algumas do segundo.”

A dupla compartilhava o gosto pelo rock progressivo, o que parecia ser uma ótima receita para que as coisas dessem certo. Contudo, não foi assim.

Na verdade, o próprio tecladista reconhece que seu instrumento não casava com a sonoridade do grupo, especialmente em seus anos de formação.

“Só fiz um show com eles, no The Bridgehouse, em Canning Town. Ficou óbvio então que o que eu fiz não era certo para eles. Eles precisavam de dois guitarristas e não havia espaço para um sintetizador. Saí logo depois.”

Iron Maiden e os teclados

Depois da experiência com Tony Moore, o Iron Maiden voltou a experimentar com sintetizadores de guitarra em 1986, no álbum “Somewhere in Time”. A partir de “Seventh Son of a Seventh Son” (1988), todos os álbuns passaram a contar com teclados e/ou sintetizadores.

Na maioria das vezes, Steve Harris ou Adrian Smith ficam responsáveis pelas teclas, mas o grupo também trabalhou muito com Michael Kenney. Entre 1990 e 2022, ele foi o encarregado dos teclados do Maiden muitas vezes em estúdio e sempre ao vivo, mas nunca como membro oficial da banda.

Tony Moore pós-Maiden

Depois do Maiden, Tony Moore seguiu para projetos mais orientados ao rock progressivo, como Tanz Der Youth, England e Radio Java. Ele também tocou com o Cutting Crew e se lançou como artista solo, além de ter trabalhado em rádio e administrado casas de shows, lidando diretamente com sonorização.

Curiosamente, trabalhos recentes o colocaram novamente em contato com o Iron Maiden, de certa forma. O projeto one-man band de Moore serviu como atração de abertura para o British Lion, grupo paralelo de Steve Harris. Além disso, ele coordena um projeto onde ajuda bandas iniciantes na casa de shows The Bedford. E uma delas…

“Uma banda com a qual estou trabalhando (possivelmente o White Room) tem Jake Smallwood como vocalista – o pai dele é Rod (Smallwood, empresário de longa data do Iron Maiden).”

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

1 COMENTÁRIO

  1. Esse Michael Kenney aparece com a máscara de Eddie em “Women in uniform” — 1º vídeoclipe do Maiden.
    O tal Tony Moore foi impaciente ou dispensado, por que em poucos anos depois, eles utilizaram os teclados no Somewhere in time.

    Agora, já não sei se rolou teclados em algum B-side de singles, antes de ’86. Afinal, eles são muito prolíficos, gravaram muita coisa. Imaginem o oceano de coisas gravadas, arquivadas pelo Steve e que nunca viram a luz do dia? Versões diferentes de musicas conhecidas, takes alternativos, etc. Além dos Bootlegs de shows raros, os fãs gostam desse tipo de material —Vide Elvis, Beatles, Lennon.

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