Consolidado como um dos guitarristas mais importantes do rock progressivo, Steve Howe passou pelo Yes, Asia e GTR, além de ter desenvolvido trabalhos solo e parcerias. Curiosamente, tal currículo quase contou com o Pink Floyd, pois ele teve uma oportunidade de se apresentar com a banda.
Howe contou a história em entrevista a Marc Beckman (via Ultimate Guitar). O músico lembrou que, antes do Yes, tocava em um grupo de rock psicodélico chamado Tomorrow. Surgiu neste período a chance de tocar com o Pink Floyd, devido a uma ausência do vocalista, guitarrista e líder Syd Barrett.
Ele disse:
“Teve uma noite em que achei que ia tocar com o Pink Floyd. Eu estava bem animado. Mas quando cheguei lá, Syd tinha aparecido no último minuto. Ou seja, eu estava quase subindo no palco com eles. Então, obviamente, isso foi uma coisa boa, de certa forma. Mas por outro lado, eu teria gostado de aproveitar a oportunidade de fazer isso.”
Falando dessa forma, podemos pensar que Steve estava mais do que preparado para assumir as guitarras do Floyd naquela noite. Contudo, não era bem assim: o guitarrista não conhecia o material e só estava lá por motivos empresariais.
“Eu não sabia nada do que ia tocar. Mas não importava. Eu teria me sintonizado com qualquer coisa que eles tocassem. Mas foi uma ideia louca: apenas me tirar do Tomorrow e me colocar lá. Mas isso foi cogitado porque havia um cara bonitão chamado Steve O’Rourke, que empresariava as duas bandas, o Floyd e o Tomorrow.”
Steve Howe e Syd Barrett
Syd Barrett, que nos deixou em 2006, fundou o Pink Floyd e foi afastado da banda em 1968. O alto consumo de LSD e outras substâncias estava já afetando não só sua performance musical, como também sua saúde mental.
A vaga foi ocupada em definitivo por David Gilmour, após nomes como Jeff Beck terem sido cogitados. Howe, apesar de quase ter tocado em seu lugar uma noite, não conhecia Barrett tão bem, mas reconhece seu talento.
“Eu não conhecia Syd. Eu conhecia Syd menos do que conhecia outros guitarristas que se tornaram vítimas do LSD. Mas não sou eu quem vai julgar como são essas pessoas. Eu sei o que o Pink Floyd disse sobre ele, e é claro que eles o amavam muito e eles queriam que ele não tivesse exagerado tanto, porque ele era talentoso. E você pode ver isso por todo o primeiro álbum (do Pink Floyd). Fantástico, mas ele não se controlava. Syd não se segurava.”
Pós-Pink Floyd
Quando deixou o Pink Floyd em definitivo, Syd Barrett ainda foi ajudado por ex-colegas em seus dois discos solo – “The Madcap Laughs” e “Barrett”, ambos lançados em 1970. Ainda seria referência inspiracional para boa parte da obra, especialmente em “Wish You Were Here” (1975) e “The Wall” (1979).
O músico passou as últimas décadas de vida recluso – a pedido da família, os integrantes da banda não entravam em contato para que sua condição mental não se agravasse. Morreu em 7 de julho de 2006, devido a um câncer pancreático agravado pelo diabetes.
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