A apresentação do U2 em Las Vegas, no último sábado (18), contou com uma manifestação a favor de Alexei Navalny. O líder da oposição russa teve sua morte confirmada um dia antes, aos 47 anos. Ele estava preso em uma cadeia na região de Iamalo-Nenets, no Ártico.
O momento aconteceu quando a banda estava tocando a introdução para o cover de “Don’t Dream It’s Over”. A música do Crowded House tem sido presença constante em shows recentes.
No momento, de acordo com transcrição da Variety, Bono se dirigiu à plateia e disse:
“Aparentemente, Putin nunca diria o seu nome. Então eu pensei que esta noite as pessoas que acreditam na liberdade devem dizer seu nome.”
A morte de Alexei foi confirmada pelo Serviço Federal Prisional da Rússia. Não foram revelados mais detalhes, apenas que ele teria se sentido mal durante uma caminhada, perdendo a consciência imediatamente.
Manifestação pró-Ucrânia
O cantor irlandês também mencionou o povo ucraniano, ressaltando que a invasão russa completa dois anos em breve. Também fez referência à escolha voluntária de Navalny de regressar à Rússia em 2021, onde foi imediatamente preso e condenado à remota colónia penal onde morreu.
“Na próxima semana fará dois anos que Putin invadiu e tentou destruir as liberdades duramente conquistadas pelo povo ucraniano. A próxima será a Polónia, a próxima será a Lituânia, a Alemanha Oriental… quem sabe aonde esse homem irá ou não irá? Para essas pessoas, a liberdade não é apenas uma palavra numa canção. Para estas pessoas, a liberdade é a palavra mais importante do mundo – tão importante que os ucranianos estão a lutar e a morrer por ela. E é tão importante que Alexei Navalny tenha optado por se entregar.”
O momento pode ser conferido abaixo, em registro de vídeo.
As polêmicas de Alexei Navalny
Apesar de ter sua prisão questionada por órgãos humanitários, incluindo a Anistia Internacional e a União Europeia, Alexei Navalny não era considerado uma figura que representa a busca por paz e igualdade. Ele chegou a ser expulso do partido social-democrata Yabloko por marchar junto de neonazistas e extremistas de direita.
A seguir fundou o Narod, Movimento de Libertação Nacional Russa. O grupo reunia em sua base neonazistas e defendia a base de uma alternativa pró-Europa e mais à direita do que Putin. Entre suas pautas estavam a “higienização” do país, com a expulsão de imigrantes.
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