No fim de janeiro, a conta do “Minha Brasília” no Instagram resgatou um corte de uma fala de Fê Lemos, concedida durante entrevista ao canal do projeto no YouTube em 2018. Nela, o baterista do Capital Inicial é questionado pelo apresentador Daniel Zukko sobre a falta da pegada do rock nacional atualmente.
O entrevistador enfatizou se referir não apenas à música, mas à filosofia e atitude. Ele estabelece um comparativo com os tempos atuais e as prioridades dos grupos hoje em dia, dizendo que os artistas de agora “estão pensando muito mais em lançar clipe no YouTube e em fazer um hit do que fazer música e ter uma banda”.
Lemos concordou e respondeu, conforme transcrição do site:
“No que eu posso dizer em relação à minha banda, ela não é mais como era. Quando a gente formou, nos anos 80 e os primeiros discos, a gente tava junto, criando uma sonoridade que era produto de todos. Hoje o Capital Inicial não tem mais nada a ver com isso.”
Para o baterista, o trabalho mais recente do grupo é focado na figura do seu frontman.
“Hoje o Capital Inicial é o produto do que o Dinho (Ouro Preto) quer fazer. É uma pena, mas é o jeito em que as coisas se transformaram.”
Evitando brigas e criando projeto paralelo
Fê prosseguiu deixando claro que a opção de não discutir o assunto é consciente.
“Você pensa: ‘vou brigar e acabar com a banda ou vou encarar isso como um trabalho’. Eu optei pela segunda opção. Resolvi que preferia manter a banda junto e aceitar as canções que o Dinho ia trazer a partir para o confronto e falar: ‘se você não gravar a música de que eu também sou compositor, tô fora’.”
Para suprir essa necessidade, Lemos resolveu aderir a algo que não é muito incomum em grupos com lideranças destacadas: fazer um projeto paralelo.
“No meu caso, eu comecei um projeto paralelo chamado Hotel Básico e já lancei dois discos.”
Hotel Básico e Capital Inicial
Os dois álbuns do Hotel Básico são “Hotel Básico” (2005) e “Amor Vagabundo” (2015). Ainda saíram os singles “Substitutos” (2018), “Quanto Mais Eu Vejo” (2020) e “Tudo Anda Tão Complicado” (2021).
No mesmo ano da declaração, o Capital Inicial lançou “Sonora”, seu trabalho de inéditas mais recente. Em 2022 saiu o ao vivo “Capital Inicial 4.0”.
Além de Dinho e Fê, a formação atual conta com o baixista Flávio Lemos e o guitarrista Yves Passarell, ex-Viper. O tecladista Nei Medeiros e o guitarrista Fabiano Carelli completam o lineup de shows.
A primeira parte da entrevista pode ser conferida clicando aqui. Já a segunda, que conta com a fala repercutida, está aqui.
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