Apesar dos quase 50 anos de carreira bem-sucedidos, Guilherme Arantes nunca tocou no Rock in Rio. Por isso, durante apresentação no Sesc Pompeia, em São Paulo, na última quarta-feira (6), o cantor resolveu alfinetar o festival.
Conforme relato publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o artista fez a declaração ainda no início da performance, cujo repertório incluiu seus grandes sucessos. Após tocar “A Cidade e a Neblina” e “Coração Paulista”, ele disse para o público presente:
“‘Coração Paulista’ não serve para tocar na praça de alimentação do Rock in Rio. Minha alta culinária (música) não tem lugar no Brasil. Mas, para mim, está tudo bem. Tudo bem”.
Essa não foi a primeira vez que o artista cutucou o evento de Roberto Medina, como pontuado pelo veículo. Conversando com o podcast Corredor 5, em 2022, Arantes criticou a falta de diversidade nacional no lineup do Rock in Rio.
“Acho, por exemplo, que a Ivete Sangalo já deu o que tinha que dar. Chega. Eu sei que é uma grande cantora e tudo. Eu reconheço. Mas, pô, nenhuma oportunidade para o Roupa Nova? Eu acho esquisito.”
Por meio do Facebook, em 2019, também mostrou indignação com a ausência de Ritchie na primeira edição do festival, em 1985:
“A ausência mais escandalosa, mais injusta da história do Rock in Rio, na minha questionabilíssima opinião, foi o grande músico, o gentleman, o discreta e humildemente elegante Ritchie […]. Nunca me senti adaptado ao ‘showbiz atacadista’ dessa nova ‘escala moderna’ e bem sei que há verdadeiros especialistas nessa linguagem, no domínio desses espaços festivaleiros. Sempre uma coadjuvância incomoda, vi nomes questionáveis de colegas indo para o abate, mas o que mais me causou estranheza desde o primeira versão do RiR foi esse clima de injustiça (já ali) inaugurado com a ausência acachapante e jamais explicada do maior artista daquele momento: Ritchie.”
Guilherme Arantes atualmente
Em 2021, Guilherme Arantes lançou o seu álbum de estúdio mais recente, “A Desordem dos Templários”. O trabalho nasceu por acaso, a partir de um planejamento que não envolvia música: o cantor pretendia passar quatro meses na Espanha estudando compositores barrocos e visitando locais turísticos.
Veio a pandemia, um problema na coluna cervical e uma “depressão de carreira”, nas palavras do próprio. Foi aí que nasceu o disco, também gravado na Espanha.
Em material de divulgação, o músico declarou ter explorado elementos como o lundu, a valsa, a modinha, a bossa nova, a toada ternária mineira e o baião no projeto.
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